Trump anuncia novo ataque a barco venezuelano
Caracas ainda não comentou informação; nesta segunda-feira (15), Maduro classificou ofensiva anterior contra civis em embarcação pesqueira como "vergonha internacional" dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta segunda-feira (16/09) um segundo ataque a outro barco venezuelano, resultando na morte de três pessoas. Caracas ainda não comentou a declaração.
Em postagem no seu Truth Social, acompanhada de um vídeo que mostra uma embarcação explodindo, Trump afirmou: “o ataque ocorreu enquanto esses narcoterroristas confirmados da Venezuela estavam em águas internacionais transportando narcóticos ilegais (uma arma mortal envenenando americanos) com destino aos EUA”.
Ele também ameaçou, usando letras maiúsculas: “esteja avisado – se você está transportando drogas que podem matar americanos, estamos caçando você!”
Em seus ataques, a Casa Branca alega o Artigo 2 da Constituição norte-americana que concede ao presidente poderes para proteger o país de ameaças. Contrário ao uso do precedente neste caso, o senador democrata Adam Schiff reagiu nas redes sociais, após o anúncio do republicano.
“Donald Trump acaba de explodir mais um barco no meio do oceano sem justificativa legal. Estou redigindo uma resolução e forçando uma votação para recuperar o poder do Congresso de declarar guerra. Antes que as ações de Trump provoquem uma”, afirmou.
A declaração de Trump foi publicada após a coletiva de imprensa do presidente venezuelano Nicolás Maduro nesta segunda-feira (15/09). Ao comentar sobre o ataque anterior dos Estados Unidos, em 2 de setembro, contra um barco pesqueiro que vitimou 11 civis, o líder venezuelano o classificou como “um crime hediondo”.

Trump anuncia novo ataque a barco venezuelano
@DonaldTrump / Truth Social
Barco pesqueiro
“Foi um ataque militar contra civis que não estavam em guerra e não ameaçavam militarmente nenhum país. Os Estados Unidos estão tentando incitar a Venezuela a uma grande guerra. O objetivo é mudança de regime para o petróleo, não a interdição de drogas”, declarou o presidente venezuelano.
Como informa a estatal VTV, Maduro também criticou o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chamando-o de “o Senhor da Morte, da Guerra e do Ódio”. Ele afirmou que “a apreensão pelos Estados Unidos de um navio pesqueiro de alto mar em águas venezuelanas é uma vergonha internacional, porque é nosso território exclusivo”.
Maduro destacou o ataque como “um constrangimento para a honra militar” das forças norte-americanas. “Eles já disseram isso lá: vão combater o narcotráfico com navios destruidores de mísseis? Quando isso foi feito? Que país fez isso? É totalmente ilógico enviar esses navios para atacar pescadores de atum e pargo.”
“Eles queriam transformar um incidente menor em um grande, e vocês sabem que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) estão exercendo plenamente sua soberania e não sucumbiram a provocações, nem sucumbiremos. Lidamos com nossas situações de conflito com calma e inteligência”, acrescentou.
‘3,6 toneladas apreendidas e nenhuma morte’
Nesta segunda-feira (15/09), autoridades venezuelanas anunciaram uma grande operação antidrogas em La Guajira, na Colômbia, que resultou na apreensão de 3,6 toneladas de cocaína e na prisão de quatro suspeitos. “Existe a droga, não agimos sob suposições”, destacou o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, em alusão aos crimes de Washington.
O ministro venezuelano explicou que a operação, liderada por um capitão das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB), resultou na captura de quatro pessoas sem recorrer à força letal, “sem matá-las”. Segundo as autoridades, todo o estoque confiscado era destinado aos cartéis de drogas.
Cabello afirmou que a Venezuela “não pode manter relações com os Estados Unidos devido às constantes agressões, violações e ameaças”, reforçando que o país está preparado para “defender sua soberania contra quem e como quer que seja”.
Para justificar as agressões, Washington sustenta que a Venezuela é um narcoestado, enquanto dados oficiais do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes mostram que apenas 5% das drogas produzidas na América Latina passam pelo país.
No fim de semana, cinco caças F-35 chegaram a Porto Rico para se somar a contratorpedeiros da Marinha e ao grupo anfíbio de prontidão do USS Iwo Jima, que inclui três navios e cerca de 4.500 marinheiros, além de 2.200 fuzileiros navais da 22ª unidade expedicionária.























