Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na noite deste domingo (06/07) impor uma tarifa adicional de 10% sobre a importação de produtos oriundos de países alinhados ao BRICS — bloco de países do Sul Global que agrega, entre outros membros, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em publicação na rede social Truth Social, o estadunidense afirmou que a medida deve valer a “qualquer país que adote políticas antiamericanas promovidas pelo BRICS”.

A ameaça de Trump foi rebatida por autoridades chinesas. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou nesta segunda-feira (07/07) que o BRICS não busca confrontar os Estados Unidos. “Sobre a imposição de tarifas, a China tem reiterado que guerras comerciais não têm vencedores e o protecionismo não é o caminho”, declarou.

Segundo Mao, o BRICS representa uma plataforma “importante” de cooperação entre mercados emergentes e países em desenvolvimento. “O bloco defende a abertura, a inclusão e a cooperação de benefício mútuo”, acrescentou.

Donald Trump faz declaração em paralelo a cúpula do BRICS

Donald Trump faz declaração em paralelo a cúpula do BRICS
Reprodução/ Shealah Craighead

Preocupação com medidas unilaterais

O anúncio de Donald Trump foi feito paralelamente à Cúpula do BRICS, realizada no Rio de Janeiro. Ao término do primeiro dia do encontro, os líderes do grupo, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, divulgaram uma declaração conjunta manifestando preocupação com a escalada do protecionismo liderado por Washington.

“Expressamos séria preocupação com o aumento de medidas tarifárias e não tarifárias unilaterais que distorcem o comércio”, diz o documento final da cúpula. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi além e afirmou que há em curso “um colapso sem paralelo do multilateralismo”, alertando que a autonomia dos países está “em xeque”.

Hoje com 11 membros, o BRICS reúne cerca de metade da população mundial e responde por aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto global. O grupo é visto como um contraponto crescente à hegemonia econômica do Norte Global.