Trump ameaça abandonar Milei caso extrema direita perca eleições na Argentina
Em encontro na Casa Branca, presidente dos EUA alertou que ‘não vamos perder tempo com alguém que não tem a filosofia de fazer a Argentina grande outra vez’
O presidente da Argentina, Javier Milei, esteve na Casa Branca nesta terça-feira (14/10), em uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cujo objetivo era consolidar um acordo para uma ajuda mais consistente ao país sul-americano, diante de sua atual crise econômica.
No entanto, a declaração mais destacada que recebeu do anfitrião norte-americano foi em tom de ameaça, com uma referência às eleições legislativas que o país realizará dentro de 12 dias e que deverá renovar a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado Federal argentinos.
Segundo Trump, caso o partido governista A Liberdade Avança, de extrema direita, não vença a disputa eleitoral no dia 26 de outubro “nós não seremos mais tão generosos com a Argentina”.
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“Não podemos perder tempo, por que teríamos que ajudar alguém que não tem a filosofia de fazer a Argentina grande outra vez?”, indagou Trump, fazendo um trocadilho argentinizado com seu clássico slogan “fazer a América grande outra vez” (em inglês, “Make America Great Again”).

Milei foi recebido em Washington pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Casa Branca / X
Com a repercussão da declaração de Trump nas redes sociais, aliados de Milei alegaram que o presidente estadunidense se referiu às eleições presidenciais de 2027, quando o mandatário argentino tentará sua reeleição, e não ao pleito que será disputado dentro de uma semana e meia.
Relação Argentina-China
Em outro momento do encontro, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, confirmou o pacote de ajuda financeira que seu país enviará a Buenos Aires nos próximos dias, e descartou que ele estaria condicionado a uma devolução imediata do swap que a Casa Rosada recebeu da China durante o governo anterior, de Alberto Fernández (2019-2023).
No entanto, Bessent disse que o resgate está sim atrelado a uma postura da Argentina de não cooperação com a China em outros temas, especialmente nos âmbitos energético e militar.
Trump fez outra advertência nesse sentido, ao dizer que as relações entre Buenos Aires e Pequim “não devem ir além dos temas comerciais”, e que se essa regra não for respeitada “isso me incomodaria muito”.
Com informações do El Destape.























