Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O governo do Talibã afirmou que o número de vítimas do terremoto que atingiu o Afeganistão nesta madrugada (01/09) pode ser ainda maior. Até agora, foram contabilizadas mais de 800 vítimas e cerca de 2.500 feridos nos tremores que atingiram o leste do país, em particular, a província de Kunar, região mais afetada. Em Nangarhar, o balanço permanece em 12 mortos e 255 feridos.

Autoridades locais alertam que o desastre ocorreu em uma das regiões mais remotas e vulneráveis do país, com muitas montanhas, dificultando operações de resgate. Segundo o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, os números de vítimas podem continuar a subir. Frente à tragédia, embaixadas e autoridades de vários países prestaram condolências e ofereceram ajuda à população afegã.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que Teerã está pronto para prestar assistência emergencial. “Nestes momentos difíceis e de grande tragédia, ao expressar sinceras condolências e solidariedade ao grande povo do Afeganistão e às famílias enlutadas, a República Islâmica do Irã anuncia sua total prontidão para enviar ajuda humanitária, médica e de emergência”, declarou, informa a agência Tasnim.

Em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores também lamentou as mortes. “A China lamenta as vidas perdidas no terremoto no Afeganistão e nossos corações estão com as famílias enlutadas e os feridos. Acreditamos que, sob a liderança do governo afegão, o povo afegão se recuperará e se reconstruirá após o desastre. A China fornecerá ajuda, considerando as necessidades do Afeganistão”, afirmou o porta-voz da pasta.

Índia, Azerbaijão, Turquia e Japão

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, expressou condolências em publicação no X, afirmando estar “profundamente entristecido pela perda de vidas” e desejar “uma rápida recuperação aos feridos”. Modi também afirmou que “a Índia está pronta para fornecer toda a ajuda humanitária e socorro possíveis aos afetados”.

O Ministério das Relações Exteriores do Azerbaijão se pronunciou pelas redes sociais. “Nossos pensamentos e orações estão com o povo do Afeganistão neste momento difícil”, afirmou o comunicado oficial, acompanhado de “sinceras condolências” às famílias das vítimas.

Em Cabul, a embaixada da Turquia também emitiu uma nota: “expressamos nossas condolências ao povo afegão”. A representação diplomática acrescentou que está acompanhando de perto os desdobramentos da tragédia, destaca a Al Jazeera.

Já a embaixada do Japão emitiu um comunicado expressando condolências e afirmando que o país está monitorando a situação e pronto para ajudar as vítimas do terremoto da noite passada nas províncias orientais do país, informa a agência afegã RTA.

Número de mortos já ultrapassa 800 e deve subir segundo autoridades locais
RTA Afeganistão

Nações Unidas

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também se pronunciou: “estou totalmente solidário com o povo do Afeganistão após o terremoto devastador que atingiu o país hoje cedo.” Ele reiterou na plataforma X que equipes humanitárias da ONU “estão prestando assistência emergencial e apoio para salvar vidas”.

O terremoto intensifica um cenário já crítico no Afeganistão. O alto comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi, classificou a situação como uma “tempestade perfeita”. Em entrevista à Sky News, ele destacou que “é extremamente difícil mobilizar recursos por causa do Talibã. Portanto, é uma tempestade perfeita”, informa The Guardian.

Grandi lembrou que o país enfrenta uma “grande seca”, ao mesmo tempo em que “o Irã enviou de volta quase 2 milhões de pessoas” e o Paquistão “ameaça fazer o mesmo”. Para Grandi, da ONU, “o Afeganistão já sofria com múltiplas crises humanitárias. O terremoto só aprofunda a tragédia.”

O escritório da ONU no Afeganistão também se manifestou em mensagem na plataforma X. “A ONU no Afeganistão está profundamente triste com o terremoto devastador que atingiu a região leste e ceifou centenas de vidas, ferindo muitas outras. Nossas equipes estão fornecendo assistência emergencial às comunidades afetadas”, diz o texto.