Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Entrou em vigor nesta quarta-feira (06/08) o tarifaço imposto pelos Estados Unidos contra o Brasil. O presidente norte-americano Donald Trump estabeleceu uma sobretaxa de 50% sobre mais de 3.800 itens nacionais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, taxas afetam 4% das exportações brasileiras para os EUA; metade desses itens conta com destino alternativo.

O decreto de Trump prevê escalonamento das tarifas, com base nas datas de embarque dos produtos. Serão taxados todos os produtos que embarcarem para os EUA a partir das 00h01 de hoje. No último dia 30 de julho, as taxas anteriormente fixadas em 10%, receberam um acréscimo de 40%, totalizando 50%.

A ofensiva comercial de Trump contra os países que, segundo ele, “se beneficiam injustamente” do comércio com os Estados Unidos, é acrescida tentativa do seu governo de interferir diretamente no julgamento do ex-presidente e réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro. A ingerência encontra firme resistência do governo, da Corte Suprema e da sociedade brasileira.

Em meio aos esforços do governo Lula de negociar com os Estados Unidos, 694 produtos ficaram isentos do adicional de 40%, como os aviões, gás natural, fertilizantes e suco de laranja. O café permanece taxado o que fortalece a China como destino do produto, 183 empresas brasileiras foram habilitadas para entrar no mercado chinês. Hoje, 28% das exportações brasileiras são destinadas ao país asiático, mais que o dobro dos 12% exportados para o mercado norte-americano.

Segundo Haddad, taxas afetam 4% das exportações brasileiras para os EUA; metade desses itens conta com destino alternativo
© Antonio Cruz/Agência Brasil

Impacto

Durante a 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, Haddad destacou que as exportações para os Estados Unidos já representaram 25%, destacando que “graças a política do governo Lula, ainda em 2003, de abrir os mercados para os produtos brasileiros, elas [exportações para os EUA] representam agora 12%. Desses 12%, 4% são afetados pelo tarifaço”.

“E dos 4%, mais de 2% terão, naturalmente, outra destinação porque são commodities com preço internacional que vão encontrar o seu destino no curto ou no médio prazo”, acrescentou. O ministro afirmou que o governo está atento. “Não é porque 2% ou 1,5% das exportações serão afetadas que nós vamos baixar a guarda. Nós sabemos que há, nesse 1,5%, setores muito vulneráveis. Setores que geram muito emprego, como é o caso da fruticultura. Setores que exigem da nossa parte uma atenção especial, que vai ser dada”, complementou.

Para minimizar o impacto do tarifaço sobre esses setores, o governo brasileiro preparou um plano de contingência que inclui oferecimento de crédito subsidiado, compras governamentais e programas temporários de renúncia fiscal, além da abertura de novos mercados para os produtos taxados.

Enquanto isso, continuam os esforços de negociação do país com o governo Trump e setores prejudicados pelas medidas nos Estados Unidos. O presidente Lula reiterou, nesta terça-feira (05/08), que Trump “não quer falar” sobre o tarifaço. Ele disse que irá telefonar para o republicano para convidá-lo para a COP30: ‘vou ter a gentileza de ligar’. A ligação, destaca UOL, será feita depois que ministro Fernando Haddad conversar com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, nos próximos dias.