Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11/07) que conversará com seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, “em algum momento”.

A declaração chega em meio à reação do petista contra o ataque tarifário do republicano, este que justificou a medida unilateral citando uma suposta “caça às bruxas” do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, julgado por tentativa de golpe de Estado.

“Talvez em algum momento eu fale com ele [Lula], mas por enquanto não”, disse Trump na Casa Branca, antes de embarcar no Texas, palco de enchentes que se iniciaram há uma semana e já deixaram mais de 100 mortos. 

Em seguida, o magnata voltou a defender Bolsonaro, que pode ser condenado pela Justiça brasileira a mais de 30 anos de prisão em decorrência dos atos antidemocráticos.

“Eles trataram o presidente Bolsonaro muito injustamente, ele é um bom homem. Eu o conheço bem, eu negociei com ele. Ele era um negociador muito duro, um homem muito honesto e que ama o povo do Brasil. Eu não deveria gostar dele, porque ele era muito duro para negociar, mas também muito honesto, e eu conheço os honestos e os corruptos”, salientou.

Presidente dos EUA, Donald Trump diz que conversará com seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, ‘em algum momento’
The White House

No dia anterior, em entrevista à TV Record, o presidente brasileiro reforçou que o governo norte-americano deve respeitar a soberania nacional, assim como a independência das decisões tomadas pelo Judiciário do país sul-americano. Além disso, afirmou que se o magnata tivesse incitado no Brasil ações como a invasão ao Capitólio, em janeiro de 2021, teria sofrido as mesmas consequências que Bolsonaro.

“Eles têm que respeitar a Justiça brasileira como eu respeito a americana. Se o que o Trump fez no Capitólio tivesse sido feito no Brasil, ele seria processado como Bolsonaro e arriscado a ser preso porque feriu a democracia e a Constituição”, declarou Lula na quinta-feira (10/07).

A crise diplomática e comercial com o Brasil foi deflagrada por Trump após a cúpula dos chefes de Estado do BRICS, realizada no Rio de Janeiro, durante a qual o republicano vinha ameaçando taxar as nações alinhadas ao bloco. Um dos assuntos centrais do grupo é a chamada “desdolarização”, que visa adotar o uso de uma moeda local para transações financeiras entre os países membros.  

Na quarta-feira (09/07), o presidente dos EUA anunciou a imposição de uma tarifa de 50% contra mercadorias brasileiras, mencionando Bolsonaro como uma das causas da medida, posição que Lula qualificou como “ingerência” e “intromissão” de Washington em assuntos internos.

Em seu anúncio, Trump também alegou uma suposta “censura” contra redes sociais norte-americanas por parte do STF e um alegado “déficit insustentável” nas relações comerciais entre os dois países. Contudo, o governo Lula desmentiu a alegação ao apontar um superávit de mais de US$ 400 bilhões em favor dos EUA nos últimos 15 anos.

(*) Com Ansa