STF bloqueia contas bancárias e bens de Eduardo Bolsonaro
Reportagem do UOL aponta papel de Paulo Figueiredo na articulação do parlamentar nos EUA
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta segunda-feira (21/07) o bloqueio das contas bancárias e dos bens do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Com a decisão, o parlamentar está impedido de realizar qualquer transação financeira, inclusive de receber doações via PIX enviadas pelo pai, o ex-presidente e réu no STF, Jair Bolsonaro, para custear sua estadia nos Estados Unidos.
Cerca de R$ 2 milhões foram destinados pelo ex-presidente ao filho que está em Washington para buscar apoio político contra seu julgamento. Eduardo classificou a decisão do STF como “mais uma arbitrariedade” do ministro Alexandre de Moraes, em postagem na rede social X.
Moraes também ameaçou ordenar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro caso sua defesa não esclareça, em 24 horas, por que ele desrespeitou a proibição de uso de redes sociais. Nesta tarde, Bolsonaro exibiu sua tornozeleira eletrônica ao visitar a Câmara dos Deputados, e as imagens foram publicadas em diversos perfis nas redes sociais e na imprensa.
Amigo de Trump
Uma reportagem do UOL, assinada por Letícia Casado, destaca o papel de Paulo Figueiredo, ex-comentarista da Jovem Pan e neto do ex-presidente João Baptista Figueiredo, na articulação do parlamentar para enquadrar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, na lei Magnitsky nos Estados Unidos.
Na última sexta-feira (18/07), o governo dos Estados Unidos anunciou a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus familiares e de seus “aliados na corte”.

Cerca de R$ 2 milhões foram destinados por Bolsonaro ao filho em Washington, com medida repasses estão proibidos
Lula Marques/Agência Brasil
Figueiredo, aponta a reportagem, fez negócios com Donald Trump em 2013 para construir o Trump Rio de Janeiro Hotel, na Barra da Tijuca. O projeto foi alvo de investigações sobre corrupção envolvendo fundos de pensão brasileiros, levando Trump a abandoná-lo em 2016, semanas antes de assumir a Casa Branca.
Em 2019, detalha a reportagem, Figueiredo ficou preso por 15 dias pela suspeita de envolvimento no esquema de propinas para financiar o empreendimento e passou dois anos sob medidas cautelares em Miami. A ação judicial foi trancada em 2021.
Risco de cassação
Durante participação em um podcast, Eduardo confirmou o bloqueio das contas e afirmou que “nada será encontrado”. Em março deste ano, ele pediu licença do mandato parlamentar alegando “perseguição política” e se transferiu para os Estados Unidos. A licença terminou no último domingo (20/07) e se não retornar ao Brasil, ele corre o risco de ser cassado.























