Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Após 41 dias de paralisação parcial, o Senado dos Estados Unidos aprovou, na noite desta segunda-feira (10/11), a proposta de orçamento do governo federal, dando o início ao encerramento do mais longo shutdown da história do país.
A medida avançou após oito integrantes da bancada democrata romperem com a posição oficial do partido e se unir aos republicanos na votação do pacote emergencial de financiamento. O resultado — 60 votos a favor e 40 contra — representa um alívio temporário para milhares de servidores federais afastados ou trabalhando sem remuneração.
Milhões de famílias estavam prestes a perder benefícios, como o acesso ao programa de assistência alimentar (SNAP) e a serviços essenciais de saúde. No setor aéreo, informa The New York Times, o prolongamento do impasse já havia provocado cancelamentos e atrasos crescentes, às vésperas do feriado de Ação de Graças.
O presidente Donald Trump comemorou a aprovação: “vamos reabrir o nosso país muito rapidamente”; classificando o pacote como “muito bom”. O texto agora segue para a Câmara dos Representantes, onde os republicanos possuem maioria, com uma margem estreita, e encontram uma ferrenha resistência democrata.

Senado dos EUA aprova reabertura do governo após 41 dias de paralisação 
Bryan Dickerson/PxHere

Acesso à Saúde

Os democratas têm lutado pela prorrogação dos subsídios para a Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act) que expiram no final do ano e beneficiam milhões de pessoas. Com a supressão dos créditos fiscais, elas poderão enfrentar fortes aumentos em seus planos de saúde ou perder completamente a cobertura oferecida pelo mercado de seguros.
Para parte da bancada democrata, manter o governo fechado era a única forma de pressionar os republicanos. Porém, para outro grupo, os impactos acumulados do shutdown tornaram a estratégia insustentável. “Não tínhamos caminho para avançar na pauta da saúde enquanto o governo estivesse parado”, afirmou o senador Tim Kaine, da Virgínia ao NYT. “Enquanto isso, beneficiários do SNAP e de outros programas essenciais já começavam a perder acesso a serviços vitais”, acrescentou Kaine.
Em troca do voto democrata, o líder republicano no Senado, John Thune, prometeu realizar uma votação sobre os subsídios para a saúde ainda este ano. O jornal, no entanto, afirma que é uma promessa com poucas chances de prosperar. Ela exigiria 60 votos para ser aprovada em um Senado dominado pelos republicanos e dificilmente chegaria ao plenário da Câmara, onde o presidente da Casa, Mike Johnson, é contrário ao prolongamento dos créditos fiscais.

Shutdown

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, votou contra o fim do shutdown, alegando que a proposta “falha em responder de forma significativa à crise de saúde que o país enfrenta”. O senador Edward Markey, de Massachusetts, reiterou esta posição: “os republicanos vêm desmontando o sistema de saúde desde o primeiro dia do governo Trump. O povo americano espera que nós detenhamos esse assalto — não que nos tornemos cúmplices.”
O pacote aprovado na noite desta segunda-feira (11/11) no Senado norte-americano inclui o financiamento do governo até janeiro e recursos para agricultura, construção militar e agências legislativas ao longo de 2026. Também garante o pagamento retroativo dos salários atrasados dos servidores, a reversão das demissões ocorridas durante a paralisação, proibindo novas reduções até o final de janeiro de 2026, e medidas para impedir demissões em massa no serviço público federal.