Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou neste domingo (19/10) seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, chamando-o de “traficante de drogas ilegal” que é “mal avaliado e muito impopular” e, sem apresentar provas, acusou-o de incentivar uma “produção massiva” de entorpecentes.

Pela plataforma Truth Social, Trump alegou que “o objetivo dessa produção de drogas é a venda de quantidades massivas do produto para os Estados Unidos, causando morte, destruição e caos”. Alertou ainda que “é melhor fechar” as operações “ou os Estados Unidos as fecharão para ele, e isso não será bem feito”.

Na postagem, o republicano também anunciou que cortará todo o financiamento ao país sul-americano porque o líder do país “não faz nada para parar” a produção de drogas.

“A PARTIR DE HOJE, ESSES PAGAMENTOS, OU QUALQUER OUTRA FORMA DE PAGAMENTO, OU SUBSÍDIOS, NÃO SERÃO MAIS FEITOS À COLÔMBIA”, assegurou.

O magnata tem realizado operações militares de larga escala à costa da Venezuela sob a justificativa de combater cartéis de drogas, uma situação que é condenada pelos governos regionais por se tratar de uma violação do direito internacional. As forças armadas norte-americanas atacaram mais de cinco embarcações na região, matando dezenas de pessoas.

Em resposta, Petro disse que o mandatário norte-americano “é enganado por seus assessores”.

“O principal inimigo do narcotráfico na Colômbia era aquele que expôs seus laços com o establishment político colombiano no século XXI. Esse fui eu”, escreveu o colombiano na rede social X. “Recomendo que Trump leia a Colômbia com atenção e determine de que lado estão os traficantes de drogas e de que lado estão os democratas”.

Morte de pescador colombiano

A recente ameaça de Trump se dá após Petro ter acusado, no dia anterior, o governo dos EUA pelo assassinato de um pescador em uma área marítima sob jurisdição colombiana. O mandatário sul-americano exigiu explicações formais a Washington depois de denunciar a morte de Alejandro Carranza durante um ataque aéreo comandado pelas forças norte-americanas nas águas do Caribe.

“O barco atacado em 16 de setembro era colombiano, tinha um motor com sinal de falha ativado, e estava desligado, presumivelmente estava em águas colombianas, quem estava lá era um pescador de longa data: Alejandro Carranza, que não voltou para casa”, disse o mandatário. Posteriormente ressaltou que “o barco colombiano estava à deriva e ativou o sinal de falha devido a um problema no motor”.

A família do pescador Alejandro Carranza, entrevistada pela RTVC, confirmou que o homem havia apenas ido pescar.

“Funcionários do governo dos EUA cometeram assassinatos e violaram nossa soberania em águas territoriais”, disse Petro em publicação no X, enfatizando a inocência da vítima. “Alejandro Carranza não tinha vínculos com o narcotráfico e sua atividade diária era a pesca”.

O chefe de Estado colombiano também alertou a Procuradoria-Geral da República, pedindo uma ação imediata e proteção aos parentes da vítima e associá-los, caso interesse, às vítimas de Trinidad e Tobago para iniciar os processos legais a nível global. Se esses fatos forem confirmados e não houver resposta satisfatória por parte de Washington nos próximos dias, o governo da Colômbia poderá levar o caso a organismos multilaterais.

A queixa faz parte das críticas recorrentes de Petro às implantações militares dos EUA na região caribenha, que ele descreveu abertamente como intervencionistas e ilegais. Recentemente, o presidente alertou que a gestão Trump pretende transformar o Caribe em uma zona de conflito, afirmando que “a agressão armada dos Estados Unidos é irracional para a luta contra as drogas, mas é muito racional para as invasões no Caribe”.

“Não há guerra contra o contrabando, o que há é uma guerra pelo petróleo e ela deve ser interrompida pelo mundo. A agressão é contra toda a América Latina e Caribe”, acrescentou.

(*) Com Telesur