Sem França Insubmissa, PS, verdes e PCF propõem nome para cargo de premiê
Impasses nas negociações dentro da Nova Frente Popular seguem enquanto socialistas não garantem manter apoio à coalizão
Os socialistas, comunistas e ecologistas franceses apresentaram o nome da diplomata Laurence Tubiana como candidata a primeira-ministra da França, apesar da indicação não ter sido aceita pelo partido França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon. Os quatro partidos integram a Nova Frente Popular, grupo que obteve, no conjunto, o maior número de cadeiras da Assembleia Nacional, mas não o suficiente para impor um nome de sua escolha para o cargo.
Com isso, as negociações da coalizão de esquerda Nova Frente Popular, vencedora das eleições legislativas, continuam. A França Insubmissa rejeita o nome de Tubiana, pois enxerga nela afinidades com as políticas do atual presidente Emmanuel Macron. A frente formada por Macron, a Juntos, obteve o segundo lugar em número de cadeiras nas eleições francesas.
Para o coordenador da France Insubmissa, Manuel Bompar, uma possível candidatura de Tubiana traria “pela janela os macronistas expulsos pelos eleitores” nas urnas. “Se é este o perfil que os membros [da Nova Frente Popular] estão trabalhando, eu caio da cadeira“, comentou, apontando que a diplomata “não é uma alternativa séria”.
Ele acusou o Partido Socialista de adotar uma rejeição “constante e contínua” de todas as propostas apresentadas, afirmando que o líder dos socialistas, Olivier Faure, faz “oposição total a quaisquer propostas diferentes das que saíram do seu partido”.
Segundo ele, as últimas propostas bloqueadas pelo PS foram os nomes de Huguette Bello, iniciativa do Partido Comunista e eleita pela Reunião, departamento ultramarino no oceano Índico, a leste de Madagascar, e da presidente da Câmara de Lille, Martine Aubry, do Partido Socialista.
Faure insistiu na terça-feira (16/07) “acreditar” na candidatura de Tubiana. Em entrevista à Radio France Inter, ele argumentou que três dos quatro partidos da Nova Frente Popular são favoráveis a Tubiana, o que representa “uma maioria de deputados da Nova Frente Popular”.
“Quando há três partidos políticos em cada quatro (comunistas, ecologistas e socialistas) e, na realidade, uma maioria de parlamentares da Frente Popular que está disposta a aceitar essa candidatura, não vejo por que devemos considerar que a palavra seja imposta a todos os outros”, disse Faure.
Nas redes sociais, o líder do PS disse que não há razão para apoiar um projeto “maximalista” que seria destituído “em dois dias”. Sugeriu, pelo contrário, que prefere apoiar um governo de consenso ocapaz de “governar e mudar a vida dos franceses em termos de salários, clima, democracia, serviços públicos”.
Voulons-nous être maximalistes et voir un gouvernement #NFP censuré au bout de deux jours, ou au contraire être en mesure de gouverner et de changer la vie des Français en matière de salaires, de climat, de démocratie, de services publics ? pic.twitter.com/kbOkZHvkZf
— Olivier Faure (@faureolivier) July 16, 2024

Twitter/L’Union Populaire
André Chassaigne, de 74 anos, é o nome acordado pela Nova Frente Popular (NFP), composta por França Insubmissa (LFI), pelo Partido Socialista (PS), pelos ecologistas e pelo Partido Comunista Francês (PCF) para presidir a Assembleia Nacional da França
Presidência da Assembleia Nacional
A Nova Frente Popular (NFP) anunciou nesta quarta-feira (17/07) o comunista André Chassaigne, de 74 anos, como candidato do grupo na disputa pela Presidência da Assembleia Nacional francesa, a câmara baixa do Parlamento nacional.
“A escolha recaiu sobre mim, como uma pessoa fundamentada em certos critérios, talvez o critério de antiguidade possa ter sido um elemento, o meu conhecimento da instituição”, disse Chassaigne à imprensa, acrescentando que quer “assegurar uma presidência fiel a quem o nomeou, ou seja, aos quatro grupos da Nova Frente Popular.”
Chassaigne era um dos cinco candidatos em disputa dentro da coalizão de esquerda, ao lado de Boris Vallaud (Partido Socialista), Cyrielle Chatelain (Ecologista), Mathilde Panot e Eric Coquerel (França Insubmissa).
Outros deputados que confirmaram suas candidaturas à Presidência da Asssembleia são: Sébastien Chénu, pela Reunião Nacional (RN), a macronista Yaël Braun-Pivet, atual presidente da Câmara, e o centrista Charles de Courson, do grupo independente Liot.
A eleição para a presidência da Assembleia Nacional será realizada nesta quinta-feira (18/07).
























