Sanções unilaterais dos EUA são 'crimes contra a humanidade', diz Irã
Diplomata Abbas Araghchi pede esforços dos países sancionados em torno de resposta unificada e coletiva contra a 'pressão política que viola os direitos humanos'
O Irã disse nesta quarta-feira (13/08) que as sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos e seus aliados deveriam ser reconhecidas como “crimes contra a humanidade”.
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“É hora de as sanções desumanas impostas pelos Estados Unidos e seus cúmplices serem reconhecidas como crimes contra a humanidade”, escreveu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyed Abbas Araghchi, na rede social X.
Abbas Araghchi também apelou a esforços conjuntos dos países sancionados pelos EUA para forjar “uma resposta unificada e coletiva” ao que ele chamou de “mecanismo de pressão política que viola os direitos humanos”.
O principal diplomata do Irã disse que a pesquisa da The Lancet indica que, desde a década de 1970, cerca de 500.000 pessoas, a maioria crianças e idosos, perderam suas vidas anualmente devido a sanções unilaterais dos EUA.
“Os regimes ocidentais há muito afirmam que as sanções são uma alternativa pacífica à guerra. A realidade é que elas podem ser tão letais quanto a guerra”, denunciou o ministro das Relações Exteriores iraniano.

Ministro das Relações Exteriores iraniano disse que uma pesquisa da The Lancet indica que, desde a década de 1970, cerca de 500.000 pessoas perderam suas vidas anualmente devido a sanções unilaterais dos EUA
Shadati / Xinhua
Teerã está sujeita a sanções dos EUA desde a tomada da embaixada dos EUA e a captura de seus diplomatas após o triunfo da Revolução Islâmica em 1979.
Segundo Abbas Araghchi, em resposta às ações contra sua embaixada, Washington congelou ativos iranianos e proibiu o comércio bilateral.
As restrições ao Irã aumentaram ao longo dos anos, especialmente em relação ao programa nuclear iraniano, com embargos aos setores petrolífero e financeiro do Irã, não apenas pelos EUA, mas também por meio de sanções aprovadas pela ONU, acrescentou o diplomata persa.
Em 2015, a assinatura do acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais levou ao levantamento parcial das sanções pelos Estados Unidos.
Entretanto, em 2018, os EUA se retiraram do acordo nuclear e reimpuseram sanções econômicas sob uma estratégia de “pressão máxima”, impactando severamente a economia do Irã e seu acesso a bens essenciais.
Por sua vez, os aliados europeus dos EUA emitiram um ultimato de que ativarão o mecanismo que restabelece as sanções internacionais contra Teerã até o final de agosto, caso o Irã não chegue a um acordo com o Ocidente sobre seu programa atômico.
Western regimes have long claimed that sanctions are a bloodless alternative to war.
Reality check: New study by @TheLancet says unilateral sanctions, particularly by the US, may be as lethal as war. 500+k lives claimed annually since 1970s, mostly children and the elderly.… pic.twitter.com/02tIQiAFA5
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) August 13, 2025























