Rússia apoia novo mandato de Dilma Rousseff à frente do banco do BRICS
Ex-presidente lidera Novo Banco de Desenvolvimento desde abril de 2023
O governo de Vladimir Putin demonstrou apoio em manter Dilma Rousseff na liderança do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como “banco do Brics”, instituição que ela comanda desde abril de 2023. A informação é do G1.
Segundo a reportagem, publicada nesta quarta-feira (23/10), a declaração ocorreu nos bastidores da 16ª Cúpula do bloco que está ocorrendo nesta semana em Kazan, na Rússia.
O mandato de Dilma no NDB vai até julho de 2025. A Presidência do banco é rotativa e periódica, a cada cinco anos é indicado um nome entre os países do BRICS para ocupar o cargo, enquanto membros dos demais países ficam responsáveis por indicar quatro vice-presidentes.
Além do presidente e vices, a instituição é formada por um conselho de governadores e outro de diretores.
No primeiro dia da cúpula, na terça-feira (22/10), Dilma se encontrou com o mandatário russo. Ambos conversaram sobre uma possível expansão do BRICS, além de novas formas para auxiliar financeiramente os países do Sul Global.
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Putin, por sua vez, chamou o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS de “instituição financeira boa e promissora”. O presidente russo lembrou que o banco financiou mais de 100 projetos em um total de US$ 33 bilhões (R$ 187,75 bilhões) desde 2018.

Kristina Kormilitsyna / Photohost agency brics-russia2024.ru
Dilma e Putin se reuniram nesta terça no primeiro dia da 16ª Cúpula do BRICS
Futuro da ordem mundial
Mais cedo nesta quarta, durante discurso na reunião com os países líderes do bloco, Dilma enfatizou a falta de controle que a maioria dos países têm sobre a sua própria trajetória econômica, citando as taxas de juros e câmbio.
A presidente do NDB também lembrou que a economia europeia está fragilizada ao citar como exemplo a terceira redução da taxa de juros que o Banco Central Europeu realizou somente neste ano.
“Os países do Sul Global, principalmente da Ásia e Oriente Médio, vêm sendo responsáveis pela melhoria das condições econômicas internacionais de todos os povos”, disse.
A respeito da discussão sobre desdolarização e alternativas de comércio utilizando as moedas dos países membros do BRICS, Dilma disse que o dólar é usado como uma arma para alterar as condições de vida das populações do Sul Global, afetando a base do sistema financeiro internacional, bem como a sua confiança e integridade.
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“E é nesse quadro que o NDB tem desenvolvido suas atividades, procurando aumentar a nossa estratégia financeira”, afirmou ela, completando que quase 30% de todos os investimentos feitos entre os países membros é realizado com moedas próprias e que isso é crucial para promover o desenvolvimento de novas tecnologias. “Essa abordagem também garante maior soberania financeira”, disse.























