Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Uma recontagem parcial dos votos nas eleições parlamentares do último fim de semana na Geórgia confirmou a vitória do partido governista, informou nesta quinta-feira (31/10) a Comissão Eleitoral do país à agência AFP.

A medida foi tomada depois que a oposição, pró-União Europeia, denunciou fraudes e roubo de voto. De acordo com as autoridades eleitorais, a recontagem de cerca de 12% das seções eleitorais e de 14% das cédulas de voto “não conduziu a quaisquer alterações significativas aos resultados oficiais anteriormente já anunciados”.

A Comissão Eleitoral explicou ainda que “a recontagem definitiva mudou apenas levemente em cerca de 9% dos locais”, onde foi realizada uma nova apuração.

Desta forma, o partido governista Sonho Georgiano, que está no poder desde 2012, saiu vencedor do pleito, com 53,92% dos votos, enquanto que a oposição, que não reconhece os resultados, obteve 37,78%. Os dados anteriores apontavam para 52,98% para a sigla vencedora.

Mesmo após a recontagem, a oposição não aceitou os resultados e convocou um protesto nas proximidades do Parlamento na capital Tbilisi para a próxima segunda-feira (04/11). A informação foi concedida por Anna Dolidze, líder do partido de oposição Geórgia Forte, em uma entrevista coletiva.

Dolidze insistiu que a oposição “descobriu o esquema” que o partido governante Sonho Georgiano supostamente usou para falsificar os resultados das eleições. A oposição planeja apresentar as evidências ao público em geral e aos parceiros internacionais durante o ato.

Alexander Patrin/TASS
Mesmo após recontagem, oposição não aceitou resultados e convocou protesto para próxima segunda-feira (04/11)

Eleições parlamentares na Geórgia

A Geórgia realizou sua eleição parlamentar no último sábado (26/10), com 18 partidos envolvidos, incluindo o partido governante Sonho Georgiano.

A Coalizão pela Mudança (11,2%), o Unidade – Movimento Nacional (9,83%), a coalizão Geórgia Forte (9,02%) e o partido Gakharia pela Geórgia (8,22%) também entraram no Parlamento, enquanto outros partidos não conseguiram ultrapassar o limite eleitoral de 5%.

No entanto, após o pleito, a presidente georgiana Salome Zourabichvili, do partido Geórgia Europeia – a favor da adesão do país ao bloco e contrário à aproximação de Moscou – declarou que os resultados obtidos significam “submeter a Geórgia à Rússia” e convocou protestos.

Por sua vez, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a União Europeia e os Estados Unidos endossaram a narrativa.

Por sua vez, após ser acusada pelo Ocidente de interferir nas eleições parlamentares do país europeu, a Rússia rejeitou as afirmações “absolutamente infundadas” e enfatizou que “é muito importante que nenhum terceiro país interfira nos resultados” do pleito.

“Rejeitamos veementemente tais alegações”, declarou o porta-voz russo, Dmitry Peskov. “Tornou-se rotina para muitos países apressar-se em culpar a Rússia por interferência em qualquer ocasião. No entanto, isso não é verdade; não houve interferência, e essas alegações são completamente infundadas”, enfatizou o representante do Kremlin.

(*) Com Ansa e TASS