Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Quatro pessoas foram detidas após imagens do presidente dos EUA, Donald Trump, junto com o financista acusado de exploração sexual e pedofilia, Jeffrey Epstein, terem sido projetadas nos muros do Castelo de Windsor, informou a emissora ITV. As imagens foram exibidas menos de 24 horas antes da partida do republicano e de sua esposa, Melania, para o local na noite de terça-feira (16/09).

Segundo o jornal britânico The Guardian, o grupo de campanha política Led By Donkeys foi o responsável pela ação. Uma carta que o presidente norte-americano supostamente enviou a Epstein também foi projetada no castelo, junto com fotos das vítimas, notícias sobre o caso e relatórios policiais, acompanhados por uma trilha sonora que tocava em um alto-falante e questionava o relacionamento entre os dois homens.

“Sempre nos dizem que precisamos ver protestos pacíficos. Bem, aqui está um… Projetamos uma matéria jornalística em uma parede e agora pessoas foram presas por comunicações maliciosas. Acho que isso, francamente, diz muito mais sobre o policiamento da visita de Trump do que sobre o que fizemos”, afirmou um porta-voz do Led By Donkeys, que é financiado por doações limitadas.

O grupo disse estar aguardando notícias sobre os quatro homens detidos. O representante afirmou que eles realizaram um protesto inspirado em “A Roupa Nova do Imperador”.

Trump está sendo recebido em nosso país, recebendo a honra única de uma segunda visita de Estado, e está sendo hospedado às nossas custas no Castelo de Windsor”, disseram. “Isso é como A Roupa Nova do Imperador – você tem que apontar para ele e dizer: ‘Espere aí. Sabe, esse cara tem ligações incrivelmente próximas com o mais notório traficante de crianças dos Estados Unidos. Provavelmente precisamos falar sobre isso.’ E então decidimos fazer um filme que contasse essa história”.

No início de agosto, o Comitê de Supervisão do Congresso norte-americano tornou públicos os documentos do espólio de Jeffrey Epstein. Dessa forma, foi revelado um desenho sexualmente sugestivo com o que aparenta ser a assinatura de Donald J. Trump.

Conhecido como “Livro de Aniversário” de Epstein — produzido em 2003 para comemorar seus 50 anos —, o material contém cartas, fotos e ilustrações de dezenas de personalidades. Entre elas, consta o desenho de uma mulher nua com o nome “Donald” escrito abaixo da cintura. A imagem é acompanhada de um texto que simula uma conversa entre Trump e Epstein.

Segundo The New York Times, a assinatura lembra correspondências pessoais de Trump da época, que também traziam apenas o primeiro nome com traços semelhantes. A Casa Branca, no entanto, nega a autenticidade do documento. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “é muito claro que o presidente Trump não fez esse desenho, nem o assinou”.

Embaixador britânico e Epstein

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciou na última quinta-feira (11/09) a demissão de Peter Mandelson do cargo de embaixador britânico em Washington. A decisão ocorreu horas após o portal de notícias Bloomberg revelar mais de 100 e-mails inéditos entre o diplomata e Jeffrey Epstein, financista condenado por crimes sexuais contra menores.

Nos registros, Mandelson escreveu: “I think the world of you”, expressão em inglês usada quando há alta estima por outra pessoa. O britânico ainda ofereceu ajuda política para tratar do caso com seus contatos.

Dias após a demissão, o republicano Donald Trump desembarcou nesta terça-feira (16/09) na Inglaterra para sua segunda visita de Estado ao país, a convite do rei Charles III.

Na Câmara dos Comuns, câmara baixa do Parlamento do Reino Unido, o ministro britânico para a Europa e as Américas, Stephen Doughty, confirmou que a medida foi determinada pessoalmente pelo primeiro-ministro Starmer.

O porta-voz oficial do premiê, Tom Wells, reforçou que o conteúdo dos e-mails foi considerado “repreensível” e que o gesto foi interpretado pelo governo como um sinal de apoio a Epstein em um momento crítico.