Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Antes do discurso do presidente Donald Trump na Assembleia Geral, mais de 40 pessoas foram presas após uma manifestação do lado de fora do prédio das Nações Unidas em Manhattan, na manhã desta terça-feira (23/09). Cartazes com os dizeres “Trump é a emergência” e “Querido mundo, pedimos desculpas” marcaram presença no ato.

Segundo o The New York Times, muitos dos manifestantes pareciam fazer parte do Rise and Resist, um grupo de defesa da não violência formado após a eleição de Trump para seu primeiro mandato, em 2016. Alexis Danzig, integrante do grupo, estava em uma fila com outros detidos enquanto aguardavam para serem colocados em uma viatura.

“Outros países precisam saber que as pessoas que residem nos Estados Unidos não aprovam Trump”, declarou Danzig ao jornal norte-americano, atrás de uma barreira policial. “Trump é uma ameaça à democracia em todos os lugares”.

Naomi Braine, que coordenou parte da logística do protesto pelo Rise and Resist, disse que a organização foi às ruas para encorajar os países-membros da ONU “a bloquear Donald Trump, a virar as costas para ele, a não mais tratá-lo como um membro válido da comunidade internacional”.

Polícia de NY prende manifestantes perto da Assembleia Geral da ONU

Polícia de NY prende manifestantes perto da Assembleia Geral da ONU
@riseandresistnyc / Instagram

Protestos pró-Palestina

Na segunda-feira (22/09), manifestantes também se fizeram presentes nas proximidades das Nações Unidas. Grupos de direitos humanos e organizações não governamentais confrontaram as delegações que se dirigiam à Conferência de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina, no plenário da Assembleia Geral da ONU.

De acordo com a correspondente Kristen Saloomey, da emissora catari Al Jazeera, os participantes do ato afirmaram que um reconhecimento simbólico do Estado da Palestina não é suficiente. Eles também solicitaram uma força de proteção que garantisse a entrada de ajuda humanitária em Gaza e permitisse o início da reconstrução no território.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, alertou que o reconhecimento internacional da Palestina tem pouco peso sem um cessar-fogo imediato em Gaza, uma vez que a população civil continua sofrendo com bombardeios e cercos.

Em declarações à emissora britânica BBC na segunda-feira (22), Lazzarini enfatizou que, embora a recente onda de reconhecimentos seja um passo bem-vindo, ela deve ir além do simbolismo e levar a um progresso político genuíno. “O reconhecimento deve ser um ponto de virada e dar início a um processo de paz na região”, afirmou.

Seus comentários foram feitos depois que Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Portugal reconheceram oficialmente o Estado da Palestina. Espera-se que mais nações sigam o exemplo durante a 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.