Professores argentinos iniciam greve contra veto de Milei a financiamento universitário
Protesto durará 72 horas e reivindica projeto de lei que foi aprovado pelo Congresso e depois vetado pelo presidente de extrema direita
Os professores universitários de instituições públicas da Argentina iniciaram nesta quarta-feira (12/11) uma greve nacional de 72 horas, contra a falta de financiamento ao setor por parte do governo de extrema direita do presidente Javier Milei.
A mobilização foi convocada pela Confederação Nacional de Professores Universitários (CONADU), junto com a CONADU Histórica (nascida de uma divisão da confederação original) e tem como foco principal a manifestação por falta de resposta do governo aos problemas gerados pela queda do poder de compra do setor público educacional.
Uma das medidas que gerou esse problema foi o veto de Milei à Lei 27.795 sobre financiamento do ensino universitário e reestruturação salarial, mesmo após a aprovação do projeto no Congresso.
Após a decisão presidencial, a Câmera dos Deputados e o Senado da Argeentina rejeitaram o veto, porém o Poder Executivo impôs um decreto que manteve o corte do financiamento até que uma nova lei defina as novas formas de financiamento das instituições.
O Conselho Superior da Universidade de Buenos Aires (UBA) questionou o decreto argumentando que ele “viola a vontade soberana do Congresso Nacional”.
Durante a greve a Federação Nacional de Professores da Universidade Tecnológica Nacional (FAGDUT) realizará palestras públicas visando conscientizar a população sobre as questões universitárias. Os bate-papos acontecerão nas sedes das faculdades regionais da Universidade Tecnológica Nacional (UTN) e no Instituto Nacional Superior de Formação de Professores Técnicos.

Docentes argentinos desejam que o descumprimento da lei seja normalizado
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O secretário geral da federação, Ricardo Mozzi, declarou que os professores continuarão “continuarão insistindo em pedir em salários dignos e investimentos nas universidades”. Também anunciou que a organização irá enviar uma carta ao Poder Executivo exigindo que as negociações salariais sejam reabertas.
Além da manifestação desta semana, os sindicatos cogitam a possibilidade de adotar outras medidas, caso a disputa com o governo seja prolongada. Uma delas é a de não retornarem às aulas para o ano letivo de 2026.
Entenda o veto de Milei
Em setembro deste ano, o presidente Javier Milei vetou integralmente a Lei de Financiamento Universitário, que foi aprovada no Senado no mês anterior.
O regulamento previa que os salários dos docentes e técnicos fossem reajustados conforme a inflação, atualizando custeios, verbas para infraestrutura, bolsas e carreiras estratégicas, o que resultaria em um aumento do orçamento das universidades de 1% do PIB em 2026 para 1,5% em 2031.
O governo argentino justificou sua posição alegando que a lei iria “elevar desproporcionalmente o gasto público, que não possui recursos para sustentá-lo”, provocando “um desequilíbrio fiscal que compromete a estabilidade macroeconômica e a sustentabilidade das contas públicas”.
Com informações de TeleSur.























