Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O novo presidente do Peru, José Jerí, anunciou nesta terça-feira (21/10) a decretação de estado de emergência em Lima e na província do Callao por 30 dias, alegando a necessidade de enfrentar o aumento da criminalidade e da insegurança pública no país.

A medida, aprovada pelo Conselho de Ministros, entrou em vigor à meia-noite desta quarta-feira (22/10) e representa a primeira ação de Jerí desde que assumiu o cargo, em 10 de outubro, após a destituição de Dina Boluarte.

A decisão ocorre em meio a semanas de protestos no país contra o governo de direita, a corrupção, o aumento da criminalidade e por melhores condições de trabalho. Os peruanos pedem a renúncia de Jerí e a formação de um Governo Transitório que garanta um processo de transferência do poder político em condições de transparência e justiça nas eleições de 2026.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, a medida permitirá “planejar, implementar e executar ações conjuntas para enfrentar com firmeza a onda de criminalidade que afeta o país”. “A decisão implica a ativação coordenada de todos os níveis do Estado, com fim de garantir a segurança e restabelecer a ordem em benefício da cidadania”, complementa o texto.

Da defensiva à ofensiva

Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional, Jerí afirmou que o decreto “apresenta um novo enfoque” e visa “mudar a história na luta contra a insegurança no Peru”. O presidente, que enfrenta protestos de rua contra a corrupção e a violência, declarou que o governo passará “da defensiva à ofensiva na luta contra o crime”.

“O crime aumentou de forma desproporcional nos últimos anos, causando dor a milhares de famílias e impedindo o progresso do país. Isso acabou hoje”, declarou Jerí.

Presidente interino do Peru declara estado de emergência após semanas de protestos
Presidência do Peru

De acordo com a legislação peruana, o estado de emergência suspende direitos constitucionais como a inviolabilidade do domicílio, a liberdade de trânsito, de reunião e de segurança pessoal. Durante o período, a Polícia Nacional mantém o controle da ordem interna com apoio das Forças Armadas, que poderão patrulhar as ruas da capital.

O governo informou ainda que a medida reúne propostas de diversas entidades e inclui um pacote de ações para conter roubos, extorsões e assassinatos atribuídos a organizações criminosas. Entre março e julho deste ano, Lima já havia estado parcialmente sob emergência.

Jerí, ex-presidente do Congresso e agora chefe de Estado interino, deverá permanecer no cargo até julho de 2026.