Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, foi vítima de assédio sexual nesta terça-feira (4), enquanto caminhava e cumprimentava cidadãos no centro histórico da Cidade do México, a poucos metros do Palácio Nacional.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que um homem se aproxima da presidente e tenta beijá-la no pescoço, tocando-a sem consentimento. O agressor, aparentemente embriagado, foi detido pela equipe de segurança de Sheinbaum.

A líder mexicana definiu o episódio de assédio sexual como “lamentável” e disse que mal reparou quando o homem passou a se aproximar dela. “Eu estava conversando com outras pessoas e não reparei na chegada dessa pessoa. Depois de ver os vídeos que eu me dei conta do que realmente ocorreu”, afirmou Sheinbaum em coletiva de imprensa. A presidente declarou que o homem estava “completamente alcoolizado”.

Claúdia Sheinbaum é a primeira mulher presidente do México
reprodução/ redes sociais

Sheinbaum havia decidido ir a pé até o Ministério da Educação Pública (SEP), onde participaria do primeiro encontro nacional de Universidades e Instituições de Ensino Superior, já que o local fica a poucos quarteirões do Palácio Nacional. Durante o trajeto, em meio a cumprimentos de populares, o homem se aproveitou da aproximação e tentou abraçá-la por trás e encostar em seus seios após a tentativa de beijo.

Autoridades federais confirmaram a prisão de Uriel Rivera Martínez, identificado como o autor do assédio. Ele foi encaminhado à Procuradoria da Cidade do México para Crimes Sexuais.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), citados por agências internacionais, mais de 70% das mulheres mexicanas com mais de 15 anos já sofreram algum tipo de violência, seja psicológica (52%), física (35%) ou sexual (48%). Especialistas estimam, contudo, que mais de 90% dos casos não são denunciados.

Após o incidente, Sheinbaum declarou que pretende endurecer as leis contra o assédio sexual, tornando-o um crime passível de ação penal em todo o território mexicano. Ela também anunciou o lançamento de uma campanha nacional de respeito às mulheres.

“Decidi denunciar porque o assédio é algo que vivi como mulher e que muitas mexicanas ainda enfrentam. Já passei por isso antes de ser presidente, quando era estudante. Se eu, como presidente, não denunciar, que mensagem estarei passando às mulheres do meu país?”, afirmou Sheinbaum.

Em sua conta na rede X, a ministra mexicana das Mulheres, Citlalli Hernández, condenou o ataque e criticou a cultura machista que normaliza esse tipo de comportamento. “Repudiamos o ato que nossa presidente sofreu hoje. O assédio, o abuso, a intimidação e qualquer forma de violência contra as mulheres não podem ser ignorados nem minimizados, devemos denunciá-los e combatê-los”, escreveu.