Presidente do México rechaça intervencionismo norte-americano na Venezuela
Claudia Sheinbaum defendeu ‘autodeterminação dos povos e resolução pacífica’ em meio às ameaças do governo Trump contra Nicolás Maduro
Em meio às ameaças dos Estados Unidos contra a Venezuela e o governo de Nicolás Maduro, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, rechaçou nesta terça-feira (19/08) o intervencionismo norte-americano.
Durante sua coletiva de imprensa diária, a mandatária mexicana foi questionada sobre a decisão de Caracas em mobilizar de 4,5 milhões de voluntários, integrantes das Milícias Nacionais Bolivarianas, em resposta à oferta de US$ 50 milhões (R$ 273 milhões) oferecida pelos EUA pela captura de Maduro.
Para fortalecer la distribución de medicamentos gratuitos en IMSS-Bienestar, iniciamos operación de las Rutas de la Salud en 23 entidades. https://t.co/KI0YM83Zne
— Claudia Sheinbaum Pardo (@Claudiashein) August 19, 2025
Em resposta, Sheinbaum defendeu a “autodeterminação dos povos e a resolução pacífica de disputas”, e disse que a rejeição ao intervencionismo “é apenas uma convicção que está na Constituição”.
“A Constituição afirma isso claramente, e sempre foi nossa posição: a autodeterminação dos povos, a não intervenção e a resolução pacífica de disputas. Tudo se resolve por meio do diálogo”, enfatizou Sheinbaum.

Presidente do Méxido disse que repúdio ao intervencionismo “está na Constituição mexicana”
Claudia Sheinbaum Pardo/X
Escalada nas ameaças
Desde as eleições municipais de 27 de julho, os EUA aumentaram o volume das declarações contra o governo venezuelano. Em entrevista à Fox News, a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, disse que foram apreendidos mais de US$ 700 milhões em bens de Maduro. Ela disse que seriam “mansões, carros, aviões e jóias” confiscadas, mas não apresentou nenhuma prova e não deu indicações de onde estariam esses bens.
Além disso, os EUA anunciaram o aumento para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) na recompensa por informações que levem à prisão do presidente Nicolás Maduro.
Os EUA também enviaram tropas para o sul do mar do Caribe para realizar operações militares na região. De acordo com o governo norte-americano, o objetivo é prender traficantes latino-americanos e relacionou um desses grupos ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A medida reforça, sem apresentar provas, a narrativa de que Maduro é chefe do Cartel dos Sóis, uma suposta organização criminosa, classificada como organização terrorista internacional por Washington em 25 de julho.
(*) Com Brasil de Fato e informações de La Jornada























