Premiê da Eslováquia segue em estado ‘muito grave’ após ataque por razões políticas
Robert Fico foi baleado por homem identificado como Juraj Cintula, que foi preso e acusado de homicídio
O estado de saúde do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi estabilizado, mas o quadro permanece “muito grave”, um dia após ter sido atingido por vários tiros em um ataque por razões políticas.
As atualizações foram feitas nesta quinta-feira (16/05) pelo vice-premiê e ministro da Defesa, Robert Kalinak, conforme relatado pela agência eslovaca Tasr.
“Ontem à noite, os médicos conseguiram estabilizar o estado do paciente. Hoje vão tomar mais medidas para a sua recuperação”, declarou ele aos jornalistas em frente ao hospital Roosevelt em Banska Bystrica.
Fico foi submetido a uma cirurgia por cinco horas e agora está em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Infelizmente, o estado de saúde ainda é muito grave porque os ferimentos são complexos”, acrescentou.
A diretora do hospital, Miriam Lapunikova, confirmou que duas equipes cirúrgicas operaram o primeiro-ministro durante cinco horas. “O paciente tinha vários ferimentos de bala”, disse ela, pedindo à mídia que respeitasse a privacidade de Fico.

European Council/Flickr
Robert Fico foi alvo de tiros por razões políticas
Enquanto isso, o presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, apelou aos partidos políticos para “suspenderem” a campanha para as eleições europeias marcadas para 8 de junho, após a tentativa de assassinato do primeiro-ministro.
“Apelo a todos os partidos para que suspendam temporariamente ou reduzam significativamente as suas campanhas. A Eslováquia não precisa de mais confrontos e acusações mútuas neste momento”, apelou.
Fico está oscilando entre a vida e a morte depois de ser baleado por um homem de 71 anos enquanto estava em uma cidade no centro da Eslováquia. O agressor, identificado como Juraj Cintula, foi preso e acusado de homicídio premeditado por vingança. Ele está atualmente em uma cela policial na Agência Criminal Nacional em Nitra.
Segundo a mídia local, o aposentado disse ter atirado por “discordar das políticas do governo” da nação e afirmou estar orgulhoso do que fez.
O ataque ao primeiro-ministro populista e pró-Rússia, que regressou ao cargo em outubro passado, suscitou uma onda de indignação e choque a nível internacional, desde o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, passando pelos líderes da UE, incluindo a premiê da Itália, Giorgia Meloni, que falam de “ataque à democracia”.
(*) Com Ansa























