Povos do mundo defendem união contra ofensiva imperialista

Cerca de 200 personalidades políticas e ativistas sociais de 40 países estão reunidos nesta semana para o Foro Internacional por uma Humana Humanidade.

Organizado pelo Instituto Simón Bolívar e a Rede de Intelectuais e Artistas pela Defesa Humana, o encontro tem como um dos focos a busca por um “equilíbrio do universo”.

Opera Mundi está em Caracas acompanhando este evento que começou nesta quarta-feira (23/07), na capital venezuelana. Durante o dia, três painéis foram apresentados ao público, que presencia as discussões sobre quais caminhos encontrar para uma nova ordem global.

Os debatedores apresentaram os atuais desafios dos povos do mundo para a defesa do multilateralismo. Segundo a organização, o encontro tem como pilar resgatar o papel e a centralidade de Simón Bolívar, o libertador da América.

Para o chanceler da Venezuela, Yvan Gil, Bolívar foi um revolucionário que segue vivo, já que o libertador “mudou a humanidade”. “Simón Bolívar conseguiu compreender e convencer todo uma geração em um só sentimento: a busca pela paz”.

Gil citou que a luta pela independência regional é hoje exemplo para a luta contra o imperialismo: “os venezuelanos lutam ainda com o mesmo pensamento de Bolívar, buscando paz com justiça de verdade e com humanidade”.

O chanceler participou da mesa de abertura ao lado do escritor Ignacio Ramonet e Blanca Eekhout, presidente do IBS. Ambos também defenderam a centralidade do pensamento de Bolívar como condutor contra as ofensivas imperialistas.

Evento em Caracas reúne ativistas sociais de 40 países
Fernanda Forgerini

Sul Global livre

Durante o encontro desta quarta, havia uma unidade: que os povos do Sul Global sejam livres. O escritor argentino Néstor Kohan foi um dos que defendeu que a união do Terceiro Mundo é anti imperialista, citando a necessidade que, na América Latina, é preciso resgatar o projeto da Pátria Grande.

O que para Aleida Guevara, filha do revolucionário Che Guevara, a juventude tem esse papel histórica. “Para termos liberdade, temos que ter unidade. E que os jovens estejam comprometidos com o processo revolucionário”, defendeu.

Segundo ela, o Sul Global busca viver plenamente, tendo uma “humanidade com dignidade e liberdade”.

Foro Humanidade

O IBS convocou o encontro no intuito de debater de forma conjunta os processos para uma nova ordem. Além disso, o foro acontece no contexto do 242º aniversário do libertador Bolívar.

“A humanidade está sob a ameaça real de uma guerra de dimensões apocalípticas, conduzida por uma elite que busca o domínio global por meio da força, da ameaça, da destruição e da morte. […] É necessário que a humanidade organizada se manifeste”, afirma a organização.

Nesta quinta-feira (24/07), é esperado um ato público em frente ao monumento de Bolívar no centro de Caracas, além de uma tribuna anti imperialista.

Já na sexta (25/07), ocorrera a cúpula pela paz e domingo (27/07) os venezuelanos vão às urnas renovar os cargos municipais.