Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino de Israel, May Golan, foi alvo de investigação nesta segunda-feira (15/09) por um suposto caso de corrupção. Contudo, a polícia israelense encontrou provas de outro crime na casa da política: uma plantação de cannabis.

Após encontrar as plantas de maconha, seu assessor foi detido para interrogatório, e o marido de Golan, que assumiu a responsabilidade pela plantação, foi preso.

O cultivo de cannabis em Israel é considerado ilegal a menos que o indivíduo tenha uma licença emitida pelo Ministério da Saúde para uso medicinal.

“Bonança financeira”

A polícia israelense também executou um mandado de busca nos escritórios do Ministério da Igualdade Social e Empoderamento Feminino na esteira do caso, intitulado “bonança financeira”, que foi primeiramente denunciado pelo Canal 12 israelense.

Segundo a investigação, os funcionários da pasta “teriam colaborado com parceiros externos para canalizar recursos públicos por meio de organizações sem fins lucrativos e estruturas governamentais”.

Os funcionários são suspeitos de fraude, emprego fictício, ocultação de fontes de financiamento e uso de dinheiro público para fins pessoais, segundo o portal israelense Ynet News.

A investigação decorre de uma denúncia de que Golan teria nomeado funcionários para casos fictícios dentro de seu ministério em troca de doação para uma ONG de sua administração, a Cidade Hebraica — a qual também não poderia dirigir ou receber salários, uma vez que estava trabalhando para o Knesset (Parlamento israelense), em uma violação das leis para os funcionários públicos.

Iniciado há seis meses, o caso evoluiu para uma investigação aberta e a unidade antifraude Lahav 433 prendeu um ex-assessor parlamentar de Golan — que já havia atuado no conselho de uma ONG administrada por ela e supostamente prestou serviços jurídicos que nunca foram registrados em ação judicial formal, mas que foram pagos por verbas públicas. Outros suspeitos também foram alvo de busca.

“Todos os suspeitos foram levados para interrogatório na sede do Lahav 433. O advogado será posteriormente levado ao Tribunal de Magistrados de Rishon Lezion para uma audiência sobre a prorrogação de sua detenção”, declarou a polícia, de acordo com o portal israelense.

Em julho, sob autorização da Procuradora-Geral Gali Baharav-Miara e o Procurador-Geral Amit Isman, Golan já havia sido interrogada “sob cautela” por suspeitas de suborno, fraude, abuso de confiança e apresentação de declaração falsa.

Nas próximas semanas é esperado que a ministra seja intimada novamente para prestar depoimento.

Ministra da Igualdade Social e Empoderamento Feminino de Israel, May Golan, faz parte do partido do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, o Likud
May Golan/X

Ministra polêmica

A ministra do governo israelense, que é liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, negou as acusações.

Golan, que faz parte do partido governista Likud e atua no governo desde 2022, ganhou atenção ao fazer uma campanha contra imigrantes ilegais em seu bairro natal, no sul de Tel Aviv. Seu ativismo extremista levou à fundação da ONG Cidade Hebraica.

“Sou ministra do governo israelense e cresci no sul de Tel Aviv, cercada por viciados em drogas e prostitutas. Não me comovo com as ameaças de uma ex-assessora jurídica com conflito de interesses que me convoca para interrogatório porque não tolera minhas críticas a ela e às suas atividades vis contra o governo israelense e o povo de Israel”, declarou, referindo-se à Justiça israelense.

Golan também afirmou que as denúncias do Canal 12 são “pressões” para abrir “uma investigação infundada contra mim”, e classificou a ação como “perseguição política da mais perigosa natureza”.

“Não há fundamento para suspeitas contra mim! As coisas são cristalinas e comprovadas por inúmeros documentos”, defendeu.

Por meio da rede social X, Golan disse ainda que vai considerar colaborar com a investigação e prestar depoimentos “após a libertação imediata das pessoas que foram presas com o objetivo de me aterrorizar”.

“Não cooperarei com um processo sujo que pressiona e ameaça pessoas inocentes sem que lhes tenham feito mal algum”, concluiu, sem mencionar a existência da plantação de cannabis em sua residência.

Além de declarações sobre a situação interna de Israel, Golan já disse se sentir “orgulhosa” da destruição provocada por Israel na Faixa de Gaza. Esta não foi a primeira vez que Golan causou polêmica com afirmações sobre o genocídio palestino. Em dezembro de 2023, ela já havia afirmado que “não liga para Gaza” e manifestado o desejo de ver “corpos de terroristas mortos” na região.

(*) Com informações de Brasil247, Times of Israel, The Jerusalem Post e Haaretz