Bolsonaro terá de usar tornozeleira eletrônica após decisão do STF

A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta sexta-feira (18/07) mandados de busca e apreensão na residência  do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Na sequência, ele foi levado à sede da PF para colocar a tornozeleira eletrônica.

A decisão do Supremo Tribunal Federal é justificada frente ao risco de fuga do ex-presidente brasileiro. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de São Paulo, os ministros do STF tiveram indícios de que Bolsonaro se preparava para fugir do país e pedir asilo político a Donald Trump nos EUA.

Os mandatos foram autorizados pelo STF na residência do ex-presidente e em outros endereços ligados à sua legenda, o Partido Liberal (PL). A PF comunicou ao Supremo Tribunal Federal que foram encontrados US$ 14 mil e R$ 8 mil na casa do ex-presidente.

Medidas restritivas

Bolsonaro também será alvo de medidas restritivas. Além da tornozeleira eletrônica, ele terá de permanecer em casa nos finais de semana e, durante a semana, entre às 19h e 7h da manhã.

Ele está proibido de se aproximar de embaixadas e se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, com outros réus investigados pelo STF, inclusive, seus filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro. Ele também não poderá usar as redes sociais.

Os filhos de Bolsonaro se manifestaram na plataforma X: Eduardo elencou as medidas restritivas contra o Brasil; Flavio tentou aproximá-lo do líder sul-africano Nelson Mandela, destacando que 18 de julho é comemorado o Mandela Day, data símbolo de resistência e luta pela liberdade.

Em coletiva de imprensa, Bolsonaro confirmou os 14 mil dólares, disse que sempre guardou dinheiro em casa e que tem recibo do montante. A PF também encontrou um pendrive no banheiro do ex-presidente, que ele afirma não saber do que se trata. Ele disse ainda que não tinha a pretensão de escapar do país e acrescentou que “sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem”.

Bolsonaro colocou tornozeleira eletrônica após mandato de busca e apreensão em sua residência nesta sexta-feira (18/07)
Isac Nóbrega/PR

No último dia 14, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação do ex-presidente brasileiro e de mais sete réus, no âmbito da Ação Penal 2668, pelos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Por influência de Eduardo Bolsonaro junto aos apoiadores de Donald Trump, a questão doméstica brasileira se transformou em um dos pretextos para o presidente dos Estados Unidos justificar o aumento de 50% na cobrança das tarifas sobre os produtos brasileiros exportados para o país.

O governo brasileiro já respondeu que não aceitará interferências externas e reforçou a independência do poder Judiciário no país.