Petro rebate críticas da oposição e defende zona econômica compartilhada com Venezuela
Acordo entre os países prevê colaboração em saúde, educação, agricultura, comércio, energia e segurança nas regiões fronteiriças
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rebateu as críticas da oposição e defendeu a proposta de estabelecer uma zona econômica compartilhada com a Venezuela. Ele destacou que o objetivo principal do acordo é promover o bem-estar das comunidades fronteiriças e facilitar o reencontro de famílias separadas por anos de conflito.
“Para a histeria da extrema direita que acredita que uma zona binacional é uma cessão de soberania, eu digo: a humanidade só sobreviveu no planeta Terra ajudando uns aos outros, e essa ajuda se dá entre famílias e vizinhos. Dezenas de milhares de anos de história e pré-história mostram que devemos ajudar uns aos outros, não matar uns aos outros, e muito menos deixar nossa vizinhança para estrangeiros”, afirmou o líder colombiano na plataforma X.
A declaração rebate as críticas do senador David Luna, do partido Cambio Radical, que classificou a medida como um “ato perigoso de cessão de soberania”. Ele disse que o acordo abre as portas para a influência venezuelana no território colombiano, o que poderia facilitar atividades ilícitas, como o narcotráfico e a mineração ilegal.
“Nenhum soldado colombiano cruzará a fronteira com a Venezuela, nenhum soldado venezuelano cruzará a fronteira com a Colômbia. Enquanto alguns buscam petróleo, nós só queremos que as famílias se encontrem, produzam e possam viver bem”, reiterou Petro nas redes.

‘Devemos ajudar uns aos outros, não matar uns aos outros e muito menos deixar nossa vizinhança para estrangeiros’, afirma Petro
Governo da Colômbia / Flickr
Cooperação institucional
Em entrevista à Noticias Caracol, o Ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti reiterou: “não se trata de ceder soberania. Trata-se de gerar cooperação institucional para melhorar a vida de quem vive na fronteira. Do governo nacional, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento integral das regiões fronteiriças, garantindo a presença do Estado e a segurança e o bem-estar do nosso povo”, complementou.
Como destaca a TeleSur, o tratado firmado entre os dois países terá validade inicial de cinco anos, podendo ser renovado, sem impor obrigações orçamentárias que restrinjam a autonomia nacional. Tanto Bogotá quanto Caracas avaliam a proposta como uma forma inovadora de combater a presença de grupos armados ilegais e impulsionar o desenvolvimento de regiões historicamente excluídas.
O pacto estabelece cooperação nas áreas de saúde, educação, agricultura, comércio, energia e segurança. A execução das ações está planejada para os departamentos colombianos de La Guajira, Norte de Santander e Cesar, além dos estados venezuelanos de Zulia e Táchira.
Entre os pontos centrais está a substituição de cultivos ilícitos por alternativas produtivas, a geração de empregos, o estímulo ao comércio entre as duas nações e a adoção de regimes alfandegários especiais que facilitem a circulação na fronteira.























