Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta quarta-feira (01/10) a expulsão de toda a delegação diplomática de Israel após a detenção de duas cidadãs colombianas durante a interceptação da Flotilha Global Sumud (GSF) pela Marinha israelense, em águas internacionais.

As embarcações da Flotilha foram cercadas pela Marinha israelense às 23h59 UTC, a cerca de 150 milhas náuticas da costa de Gaza. As ativistas colombianas Manuela Bedoya e Luna Barreto estavam entre centenas de participantes da missão, composta por trabalhadores humanitários e defensores de direitos humanos de diversas nacionalidades.

Em mensagem dura postada na plataforma X, o presidente colombiano acusou o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, de cometer “um novo crime internacional”. E afirmou que o episódio se soma a uma série de violações israelenses contra civis e ativistas que tentam romper o bloqueio imposto a Gaza.

Ele afirmou que os representantes diplomáticos de Israel deve deixar imediatamente o território colombiano. “O acordo de livre comércio com Israel é imediatamente denunciado. Toda a delegação diplomática de Israel na Colômbia está saindo”, escreveu.

“Dois cidadãos colombianos que estavam envolvidos em atividades de solidariedade humana com a Palestina foram presos em águas internacionais. O Ministério das Relações Exteriores deve fazer todas as respectivas exigências, inclusive nos tribunais israelenses. Convido os advogados internacionais a se colocarem a serviço da Colômbia, ao lado de nossos advogados”, complementou o presidente colombiano.

Petro expulsa delegação diplomática de Israel após interceptação de Flotilha humanitária
Presidência da Colômbia/Flickr

Horas depois do anúncio da expulsão da delegação israelense, o Ministério das Relações Exteriores emitiu um comunicado à imprensa, afirmando que “o governo da Colômbia exige a libertação imediata de seus cidadãos, bem como a libertação de todos os outros membros da Flotilha”.

A nota também pede “aos governos da Espanha, Bangladesh, Brasil, Eslovênia, Indonésia, Irlanda, Líbia, Malásia, Maldivas, México, Omã, Paquistão, Catar, Tailândia, Turquia e África do Sul que ajam pronta e conjuntamente para proteger a vida e a integridade de seus respectivos cidadãos”.

A chancelaria colombiana também frisa no comunicado que a Flotilha Global Sumud navegou pelo Mediterrâneo com três objetivos: “entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, aumentar a conscientização sobre as necessidades humanitárias urgentes do povo palestino e alertar sobre a necessidade de parar a guerra em Gaza”.

O Movimento Global para Gaza colombiano convocou coletivos, movimentos estudantis e outras organizações para uma grande mobilização até a sede da Associação Nacional de Empresários da Colômbia (ANDI), em Bogotá, para protestar contra “os vínculos com a missão econômica de Israel e o setor de mineração que legitima as relações comerciais com esse país”.