Petro diz que Trump 'não é rei' após declarações contra Colômbia
Após presidente dos EUA ameaçar novas tarifas, Bogotá propôs taxa fixa de 8% e sugeriu remoção de Trump do poder
Atualização às 16h15
O presidente colombiano, Gustavo Petro, considera ofensivas as declarações de seu homólogo norte-americano, Donald Trump, que afirmou que o país sul-americano “está fora de controle”. Segundo Petro, seu governo está “sob o controle do povo” e não de Trump, que, ao se expressar dessa forma, age como se fosse um “rei”.
“Eles não se importam conosco. Mas ‘tratam-nos [os EUA à Colômbia] com grosseria e calúnia, porque temos que obedecer-lhes’. Trump disse: ‘A Colômbia está fora de controle’. Claro que está fora do controle dele! Numa democracia, um governo está sob o controle do povo, não de Trump. Ele não é um rei na Colômbia. Não aceitamos reis aqui. Ponto final”, criticou o mandatário em entrevista.
Durante sua fala, o mandatário também sugeriu que a crise nos EUA fosse resolvida com a remoção de Trump da Presidência. “A humanidade tem uma primeira saída: mudar Trump de diversas maneiras. A maneira mais fácil pode ser através do próprio Trump. Se não, tirar Trump”, declarou.
Petro afirmou estar disposto a conversar com o presidente dos EUA “cara a cara”, “como republicanos” e sem dificuldades, tal como já fizera quatro vezes com seu antecessor, Joe Biden. “Mas não nos dê ordens, senhor”, enfatizou.
Na mesma linha, apontou como momento de inflexão no deterioro das relações com Washington a sua recusa em aceitar migrantes acorrentados e algemados que haviam sido deportados mediante as novas políticas da Casa Branca.
“Devolvi os aviões. Trump não gostou, porque Trump não aprecia homens livres; quer ser rei. E deseja ter servos, não pessoas livres, nem sequer no seu próprio país”, concluiu.

Presidente colombiano Gustavo Petro foi chamado de ‘traficante’ por Donald Trump, dos Estados Unidos
Presidencia de Colombia
Petro propõe que Trump reduza exportações para 8%
À espera de que os Estados Unidos anunciem sanções tarifárias contra a Colômbia, o presidente Gustavo Petro propôs a Donald Trump, na segunda-feira (20/10), uma diminuição para 8% das exportações colombianas.
A iniciativa está a cargo do encarregado de negócios do governo Trump em Bogotá, John MacNamara, com quem Petro se reuniu, acompanhado do embaixador colombiano em Washington, Daniel García-Peña.
“Tenho um encontro com o encarregado de negócios”, antecipara em entrevista prévia. “Isso demonstra que Trump valoriza nossas relações comerciais.”
No entanto, ressaltou que seu objetivo não era “ceder” ao governo Trump, mas sim “exigir” a eliminação das tarifas de 8% sobre os produtos atualmente sujeitos a esse tributo. “Todas as tarifas sobre produtos agrícolas devem desaparecer”, afirmou, após declarar que esta é a melhor forma de combater as organizações de tráfico de drogas.
O ministro do Interior, Armando Benedetti, interveio no debate, rejeitando as declarações de Trump no domingo, quando este publicou nas redes sociais que a Colômbia deveria “fechar” as plantações de drogas “imediatamente” e ameaçou: “se não o fizer, os Estados Unidos as fecharão, e não o farão de forma gentil”.
Para Benedetti, trata-se de uma “ameaça de invasão ou ação terrestre ou militar contra a Colômbia” e, em declarações à Rádio Azul, afirmou: “Não consigo imaginar encerrar alguns hectares sem que seja dessa forma, sem que seja uma invasão”.
Petro insistiu que os assessores de Trump nos Estados Unidos pretendem fabricar outra mentira sobre a Colômbia e alertou que “os traficantes vivem lá, não aqui. Eles pensam que estamos a envenenar as pessoas, mas não percebem que são consumidores”.
(*) com RT em Español























