Petro compara Trump a Hitler ao acusá-lo de desencadear ‘guerra étnica’ nos EUA
Presidente colombiano denunciou magnata pelo envio de tropas a Chicago, que visam reprimir imigrantes; governo de Illinois promete impedir intervencionismo do republicano
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou na segunda-feira (06/10) seu homólogo norte-americano Donald Trump de desencadear uma guerra étnica contra os imigrantes latino-americanos. A declaração se deu após o magnata autorizar, no último fim de semana, o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, a terceira maior cidade dos Estados Unidos, com o objetivo de reprimir os protestos contrários ao aumento da fiscalização migratória.
“Trump desencadeou uma guerra étnica nos Estados Unidos. Ele faz com os latino-americanos o que Hitler fez com os judeus”, escreveu Petro em rede social.
Trump ha desatado una guerra étnica en los EEUU.
Hace a los latinoamericanos lo mismo que Hitler a los judíos. pic.twitter.com/ODA2L5ekSZ
— Gustavo Petro (@petrogustavo) October 7, 2025
A decisão de Trump, que alegou que Chicago é uma “zona de guerra”, se deu contra a vontade das autoridades locais, incluindo do próprio governador democrata do estado de Illinois, J.B. Pritzker. Em paralelo, tropas da Guarda Nacional também foram enviadas para a cidade de Oregon, mesmo após o bloqueio judicial da medida do republicano.
O comentário de Petro desta segunda-feira vem em meio a denúncias de veículos norte-americanos de que o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) está intensificando suas operações em Chicago com uso de gás lacrimogêneo e detenções em massa.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou seu homólogo norte-americano Donald Trump de desencadear uma guerra étnica contra os imigrantes latino-americanos
Presidência da Colômbia/Flickr
O governo de Illinois solicitou ao tribunal federal uma decisão contra o governo Trump sobre “a federalização e implantação da Guarda Nacional dos EUA, qualquer Guarda Nacional ou a implantação do Exército dos EUA em Illinois”.
Em entrevista à emissora norte-americana CNN, J.B. Pritzker acusou os republicanos de tentarem semear o caos e politizar a segurança. “Eles querem criar uma zona de guerra para poder enviar ainda mais tropas. Eles precisam sair daqui o mais rápido possível”, disse.
Por rede social, o governador garantiu que “Illinois não permitirá que o governo Trump continue sua marcha autoritária sem resistência”, acrescentando que sua gestão fará o necessário para deter o republicano.
Illinois will not let the Trump Administration continue on their authoritarian march without resisting.
We will use every lever at our disposal to stop this power grab because military troops should not be used against American communities. pic.twitter.com/KKLVPatngZ
— Governor JB Pritzker (@GovPritzker) October 6, 2025
Não se trata de uma situação inédita. As intervenções militares anunciadas por Trump fazem parte de uma estratégia governamental mais ampla que leva tropas militares para outras cidades sob o pretexto de monitorar locais que, segundo o presidente, têm altas taxas de criminalidade. Isso aconteceu em Washington, por exemplo. No entanto, organizações sociais denunciam que esses destacamentos visam, na realidade, a repressão contra migrantes e contra protestos.
(*) Com Telesur























