Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou na segunda-feira (06/10) seu homólogo norte-americano Donald Trump de desencadear uma guerra étnica contra os imigrantes latino-americanos. A declaração se deu após o magnata autorizar, no último fim de semana, o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, a terceira maior cidade dos Estados Unidos, com o objetivo de reprimir os protestos contrários ao aumento da fiscalização migratória.

“Trump desencadeou uma guerra étnica nos Estados Unidos. Ele faz com os latino-americanos o que Hitler fez com os judeus”, escreveu Petro em rede social.

A decisão de Trump, que alegou que Chicago é uma “zona de guerra”, se deu contra a vontade das autoridades locais, incluindo do próprio governador democrata do estado de Illinois, J.B. Pritzker. Em paralelo, tropas da Guarda Nacional também foram enviadas para a cidade de Oregon, mesmo após o bloqueio judicial da medida do republicano.

O comentário de Petro desta segunda-feira vem em meio a denúncias de veículos norte-americanos de que o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) está intensificando suas operações em Chicago com uso de gás lacrimogêneo e detenções em massa.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acusou seu homólogo norte-americano Donald Trump de desencadear uma guerra étnica contra os imigrantes latino-americanos
Presidência da Colômbia/Flickr

O governo de Illinois solicitou ao tribunal federal uma decisão contra o governo Trump sobre “a federalização e implantação da Guarda Nacional dos EUA, qualquer Guarda Nacional ou a implantação do Exército dos EUA em Illinois”.

Em entrevista à emissora norte-americana CNN, J.B. Pritzker acusou os republicanos de tentarem semear o caos e politizar a segurança. “Eles querem criar uma zona de guerra para poder enviar ainda mais tropas. Eles precisam sair daqui o mais rápido possível”, disse.

Por rede social, o governador garantiu que “Illinois não permitirá que o governo Trump continue sua marcha autoritária sem resistência”, acrescentando que sua gestão fará o necessário para deter o republicano.

Não se trata de uma situação inédita. As intervenções militares anunciadas por Trump fazem parte de uma estratégia governamental mais ampla que leva tropas militares para outras cidades sob o pretexto de monitorar locais que, segundo o presidente, têm altas taxas de criminalidade. Isso aconteceu em Washington, por exemplo. No entanto, organizações sociais denunciam que esses destacamentos visam, na realidade, a repressão contra migrantes e contra protestos.

(*) Com Telesur