Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O novo governo do Peru anunciou na quinta-feira (16/10) que deve declarar, em breve, estado de emergência em Lima e que está preparando um pacote de medidas para combater a insegurança. A medida do primeiro-ministro Ernesto Alvarez se dá no contexto de protestos generalizados contra o presidente interino de direita José Jerí, que assumiu o poder há poucos dias.

Convocada por manifestantes da geração Z, trabalhadores da área de transporte e grupos civis, a manifestação na noite de quarta-feira (15/10) que tomou conta das ruas de Lima, capital peruana, também seguiu protestando contra a corrupção e o aumento da criminalidade, principalmente no transporte, fatores que levaram à deposição da ex-presidente Dina Boluarte na semana passada.

Milhares de manifestantes se reuniram em todo o país, com centenas entrando em confronto com a polícia do lado de fora do Congresso. De acordo com a mídia local, a polícia disparou gás lacrimogêneo enquanto alguns manifestantes lançavam fogos de artifício, pedras e objetos em chamas.

Milhares de manifestantes peruanos confrontaram as forças policiais em Lima
Connie France/AFP/Getty Images

Na quarta-feira, um homem de 32 anos foi morto nas proximidades da praça França, localizada no Cercado de Lima, por tiro de arma de fogo. O Ministério Público do Peru anunciou que a morte de Eduardo Mauricio Ruiz será investigada para “esclarecer as circunstâncias do falecimento”.

A morte de Ruiz gerou forte comoção entre jovens, que se reuniram com velas, flores e cartazes em homenagem à vítima, criticando Jeri. Em publicação, o novo mandatário lamentou o ocorrido, mas culpou a violência por “delinquentes que se infiltraram em uma manifestação pacífica para semear o caos”.

Na tarde de quinta-feira, Jeri também participou de uma reunião sobre os protestos no Congresso, durante a qual afirmou que pediria ao órgão “autoridade para legislar sobre questões de segurança pública”. Sem detalhar, disse que o foco seria a reforma prisional.

Em seguida, o recém-nomeado ministro do Interior, Vicente Tiburcio, disse que o governo pressionaria por uma reforma abrangente da polícia nacional, ao mencionar os 89 policiais e 22 civis feridos, além dos 11 presos.

A Presidência interina de Jerí, de direita, termina em julho de 2026 devido a eleições programadas. O novo mandatário de 38 anos prometeu fazer do crime sua principal prioridade, mas enfrentou uma série de escândalos, incluindo alegações de corrupção e uma investigação agora arquivada por agressão sexual.

(*) Com informações de RFI