Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos e os veículos norte-americanos passaram mais de duas semanas reorganizando as medidas restritivas impostas pelo governo de Donald Trump contra os jornalistas na cobertura de assuntos do Pentágono. 

Um novo rascunho mostrou na segunda-feira (06/10) que após discussões, o órgão governamental afrouxou as regras e que funcionários da imprensa sem credenciais já não precisarão de terem seus conteúdos revisados nem de permissão antes de publicarem seus artigos. “Os membros da mídia não são obrigados a enviar seus escritos”, diz o documento mencionado pelo The New York Times. Contudo, não descarta que jornalistas credenciados ainda correm risco de terem seus acessos revogados na casa.

Desta forma, os veículos jornalísticos têm, agora,  o prazo de uma semana para revisar as políticas reformuladas e decidir se assinam o documento, sendo esta a única alternativa para continuar cobrindo os assuntos do Departamento de Defesa.

Os constantes ataques de Trump à mídia tiveram influência no rascunho inicial do Pentágono. Em fevereiro, a Casa Branca removeu a Associated Press de cobrir eventos na sede presidencial porque a agência de notícias insistiu em chamar o Golfo do México, em vez de Golfo da América. Já em julho, o mandatário norte-americano processou o The Wall Street Journal pela cobertura do caso Jeffrey Epstein. Em setembro, fez o mesmo com o New York Times por “depreciar sua reputação como empresário”, afirma o próprio veículo.

Pentágono declarou que iria impor recentes restrições aos repórteres que continuarem tendo acesso ao Departamento
pfpa

Desde que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, assumiu o cargo, no início deste ano juntamente com a ascensão de Trump na Casa Branca, jornalistas que tradicionalmente tinham acesso aos corredores do Pentágono tiveram seu acesso limitado. No final de janeiro, o Departamento de Defesa norte-americano removeu quatro veículos: The Times, NBC News, Politico e National Public Radio. Depois, mais outros quatro, em uma medida que o próprio órgão chamou de “plano de rotação”, consistindo na concessão de espaço a outros meios, na maioria das vezes, pró-Trump.

“A imprensa não tem mais permissão para vagar pelos corredores de uma instalação segura. Use um crachá e siga as regras – ou vá para casa”, chegou a declarar Hegseth, no mês passado, em rede social.

Os critérios para definir se um jornalista constitui um “risco à segurança” pela gestão Trump, de acordo com as novas regras do novo rascunho emitido pelo Pentágono, entram em vigor quando um funcionário solicita dados confidenciais a fontes do governo, levando-as a “violar as leis e políticas relativas à divulgação de tais informações”.  Já quando o mesmo funcionário recebe dados não solicitados, “a Primeira Emenda geralmente protege suas atividades.