Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, cobrou nesta quarta-feira (19/07) o fim das sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela, afirmando que a crise no país pode ser resolvida através do diálogo entre o governo e a oposição. 

“A situação vai ser resolvida quando os partidos da Venezuela, junto com o governo, chegarem à conclusão de uma data para a eleição e chegarem à conclusão das regras que vão estabelecer as eleições”, disse Lula em coletiva de imprensa em Bruxelas.

Desta forma, o presidente brasileiro acrescentou que, “com base nisso, há um compromisso de que as punições impostas pelos Estados Unidos comecem a cair”. 

Lula classificou as sanções contra Caracas como “absurdas”, questionando como essas punições impedem que a Venezuela não use seu dinheiro que está nos bancos de outros países.

A declaração de Lula foi feita após reunião com os presidentes da França [Emmanuel Macron], Argentina [Alberto Fernández] e Colômbia [Gustavo Petro] e os representantes do governo e da oposição venezuelanos, na última segunda-feira (17/07), à margem da cúpula entre União Europeia e Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Declaração com Argentina, Colômbia e França pede diálogo de Caracas com oposição venezuelana nas eleições caso sanções internacionais sejam suspensas

Flickr/Palácio do Planalto

Lula, Emmanuel Macron, Alberto Fernández e Gustavo Petro, em reunião com representantes do governo e oposição da Venezuela

O resultado da reunião foi anunciado em declaração conjunta, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, afirmando que novas eleições “justas para todos, transparentes e inclusivas” podem ser realizadas em 2024 na Venezuela caso esse processo seja acompanhado “de uma suspensão das sanções, de todos os tipos”, contra o país latino-americano.

Leia declaração conjunta relativa à situação na Venezuela na íntegra:

Paralelamente à Terceira Cúpula de Líderes da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da República da Colômbia, Gustavo Petro, o presidente da República Argentina, Alberto Fernandez, e o alto representante da União Europeia para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, reuniram-se com Delcy Rodriguez, vice-presidenta do Governo da República Bolivariana da Venezuela, e Gerardo Blyde, negociador-chefe da Plataforma Unitária da oposição venezuelana. Essa iniciativa dá seguimento ao debate sobre a situação na Venezuela, organizado pelo presidente da República Francesa no Fórum pela Paz de Paris, em novembro de 2022.

Os presidentes da Argentina, Brasil, Colômbia e França, assim como o alto representante, expressaram sua solidariedade com os países que acolhem cidadãos venezuelanos que deixaram seu país. Eles saudaram a assinatura na Cidade do México de um acordo social inter-venezuelano, em 26 de novembro de 2022, e solicitaram sua implementação efetiva o mais rapidamente possível, em prol do povo venezuelano.

Os chefes de Estado e o alto representante instaram o governo venezuelano e a plataforma unitária da oposição venezuelana a retomar o diálogo e a negociação no âmbito do processo do México, com o objetivo de chegarem a um acordo, entre outros pontos da agenda, sobre as condições para as próximas eleições. Eles fizeram um apelo em prol de uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor, com acompanhamento internacional. Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa.

Os chefes de Estado e o alto representante concordaram que o relançamento das relações entre a UE e a CELAC representa uma oportunidade de trabalhar em conjunto em prol da resolução da situação venezuelana. Eles propuseram que os participantes da reunião continuem a dialogar, no marco das iniciativas estabelecidas, de forma a fazer um novo balanço no Fórum de Paz de Paris em 11 de novembro de 2023.

(*) Com Ansa