Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O papa Leão 14, primeiro pontífice norte-americano na história da Igreja Católica, manifestou preocupação com a atual situação dos Estados Unidos e diminuiu o fato de ainda não ter se encontrado com o presidente Donald Trump.

As declarações foram dadas em entrevista ao portal especializado em catolicismo Crux para uma biografia de Robert Prevost, Leão XIV: Cidadão do mundo, missionário do século 21, lançada no Peru, país onde o pontífice atuou durante boa parte da vida. A divulgação ocorreu nesta quinta-feira (18/09).

O papa relatou uma das suas últimas conversas com o vice-presidente dos Estados Unidos J.D Vance, afirmando que elas não foram diretas e nem pessoalmente. “Falei sobre a dignidade humana e a importância dela para todas as pessoas, onde quer que você nasça, e sobre encontrar maneiras de respeitar os seres humanos e o modo como tratamos nas políticas e escolhas que fazemos”.

Durante a entrevista, o pontífice ressaltou que, “obviamente, há coisas acontecendo nos Estados Unidos que são preocupantes. Continuamos buscando maneiras de, pelo menos, levantar algumas das questões que precisam ser feitas”.

Papa Leão XIV afirmou que Trump não tem entusiasmo em conhecê-lo
X/ Vatican New

O pontífice contou durante a conversa sobre uma carta que seu antecessor, o papa Francisco (2013-2025), enviou para os bispos norte-americanos, na qual o argentino criticava as políticas de deportação em massa do governo Trump. “Fiquei muito feliz em ver como os bispos americanos aceitaram isso”, disse o atual líder católico. 

No entanto, Leão 14 afirmou que não pretende se “envolver em política partidária”, mas que não tem receio de abordar assuntos relacionados à Igreja, minimizando o fato de ainda não ter se reunido com o presidente dos EUA.

“Trump deu uma declaração na semana passada sobre não ter em sua agenda querer me conhecer, e então disse: ‘mas o irmão dele é um cara legal’, e está tudo bem. Mas se houver questões específicas para conversar com ele, eu não teria problema em fazê-lo”, destacou o Papa, acrescentando que os Estados Unidos são uma “potência mundial onde, muitas vezes, as decisões são tomadas com base mais na economia do que na dignidade humana”.

Papa se posiciona contra genocídio em Gaza

O pontífice já se mostrou preocupado com o massacre de Israel contra os palestinos em Gaza. Em julho, ele fez um fez um apelo contra a guerra que já dura quase dois anos. “O coração da Igreja está partido pelos gritos que se elevam dos lugares de guerra, em particular da Ucrânia, Irã, Israel e Gaza. Não nos devemos habituar à guerra”, expressou aos fiéis em frente a Praça de São Pedro.

Em relação ao posicionamento de Trump em apoio a Israel, Leão 14 buscou suavizar a declaração, dizendo ser necessário “continuar a levantar algumas questões e ver a melhor maneira de fazer isso”, afirmando que “nem mesmo o presidente dos Estados Unidos tem conseguido exercer pressão sobre Israel”.

(*) Com informações de Ansa Brasil.