Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A 80ª Assembleia Geral da ONU começa nesta terça-feira (09/09), em Nova York, com o tema “Melhores juntos”, que busca renovar o compromisso global com o multilateralismo, a solidariedade e ações em prol do planeta.

Diversos eventos estão programados até o fim do mês, entre eles a Semana de Alto Nível, que contará com a presença de presidentes e chefes de governo a partir do dia 22. O tema da reunião, “Melhores juntos: 80 anos e além pela paz, desenvolvimento e direitos humanos”, aborda os enormes desafios enfrentados pela organização, oito décadas após sua fundação.

A alemã Annalena Baerbock, ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha, assume hoje a Presidência da Assembleia, em meio à grave crise do multilateralismo, aos questionamentos sobre sua estrutura, que requer reformas, além de uma crise de financiamento significativa.

Em 2024, a organização registrou um déficit orçamentário de US$ 859 milhões, com apenas 112 dos 193 países-membros em dia com suas contribuições – incluindo a inadimplência dos Estados Unidos, seu maior financiador histórico. Diante desse cenário, o secretário-geral António Guterres foi obrigado a congelar contratações e adotar medidas rigorosas de contenção de gastos.

Primeira europeia no cargo

Eleita em junho, a ex-ministra alemã será apenas a quinta mulher a presidir a Assembleia em 80 anos. Annalena Baerbock também é a primeira europeia a assumir o cargo. Antes dela, exerceram a função Vijaya Lakshmi Pandit, da Índia (1953); Angie Brooks, da Libéria (1969); Sheikha Haya Rashed Al-Khalifa, do Bahrein (2006); e María Fernanda Espinosa, do Equador (2018).

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ONU/Eskinder Debebe

María Fernanda Espinosa vê em Annalena Baerbock todas as condições para uma “performance brilhante” como a próxima presidente. Em entrevista ao site da organização, a alemã assume a liderança em um momento de “profunda mudança estrutural na instituição, relacionada, em parte, com desafios financeiros”.

Após ter sido escolhida para o cargo, Annalena Baerbock declarou que o ciclo que se inicia será um momento crucial para a ONU, considerada o centro do sistema multilateral, que enfrenta forte pressão. Ela mencionou os desafios políticos e financeiros, além dos mais de 120 conflitos armados em curso, que lembram que a missão primordial das Nações Unidas – “salvar as gerações futuras do flagelo da guerra” – permanece inacabada.

Participação do Brasil

O início do debate geral na semana de alto nível com chefes de Estado e Governo está marcado para 23 de setembro. O Brasil, como de costume, é o primeiro país a discursar.

De acordo com informações da agência Associated Press, citando um memorando interno do Departamento de Estado norte-americano, autoridades brasileiras seriam alvo de restrições e sanções na viagem para Nova York, assim como as delegações do Irã, Sudão e Zimbábue.

Parte dessas restrições seria relacionada à autorização para deixar a cidade de Nova York, impedindo contatos com outras autoridades dos Estados Unidos e até mesmo reuniões bilaterais fora do estado norte-americano.