Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, advertiu, na última terça-feira (13/08), Israel e Rússia, por relatos de que as forças armadas e funcionários de segurança do países estão entre “suspeitas” de cometer violência sexual em zonas de conflito. As informações são provenientes de um relatório anual preparado pelo órgão.

O documento sobre violência sexual relacionada a conflitos foi acessado pela agência de notícias Reuters; nele, Guterres escreve sobre “preocupações significativas em relação a padrões de certas formas de violência sexual que têm sido consistentemente documentados pelas Nações Unidas”.

O chefe da ONU adicionou, ainda, que tanto Israel quanto a Rússia podem ser listados no próximo ano entre as partes “suspeitas de cometer ou ser responsáveis por padrões de estupro ou outras formas de violência sexual”.

Em seu alerta a Israel, Guterres afirmou estar 'gravemente preocupado com informações confiáveis de violações cometidas pelas forças armadas e de segurança israelenses' <br / > IDF/Flickr

Em seu alerta a Israel, Guterres afirmou estar ‘gravemente preocupado com informações confiáveis de violações cometidas pelas forças armadas e de segurança israelenses’
IDF/Flickr

Alerta a Israel

Em seu alerta a Israel, Guterres afirmou estar “gravemente preocupado com informações confiáveis de violações cometidas pelas forças armadas e de segurança israelenses” contra palestinos em espaços como prisões, uma base militar e um centro de detenção.

“Os casos documentados pelas Nações Unidas indicam padrões de violência sexual, como violência genital, nudez forçada prolongada e revistas íntimas repetidas realizadas de maneira abusiva e degradante”, escreveu.

Israel havia negado o acesso de monitores da ONU, e por isso, foi dito que tem sido “desafiador fazer uma determinação definitiva” sobre tendências, padrões e até o uso sistemático de violência sexual pelos militares. Guterres pede que o governo de Israel tome “as medidas necessárias para garantir a cessação imediata de todos os atos de violência sexual e fazer e implementar compromissos específicos com prazos definidos”.

A agência de notícias Al Jazeera relembrou que, já em março, especialistas em direitos humanos apoiados pela ONU (parte da Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre o Território Palestino Ocupado) haviam acusado Israel de “uso sistemático de violência sexual, reprodutiva e outras formas de violência de gênero”.

Danny Danon, embaixador de Israel na ONU, rejeitou as preocupações do secretário-geral sobre o que chamou de “acusações infundadas”, também na última terça-feira.

Naquele momento, ele divulgou uma carta que recebeu de Guterres e sua resposta ao chefe da ONU, dizendo: “a ONU deve se concentrar nos chocantes crimes de guerra e violência sexual do Hamas e na libertação de todos os reféns”.

Alerta a Rússia

No caso da Rússia, Guterres escreveu que estava “gravemente preocupado com informações confiáveis sobre violações cometidas pelas forças armadas e de segurança russas e grupos armados afiliados”, principalmente contra prisioneiros de guerra ucranianos.

“Esses casos compreenderam um número significativo de incidentes documentados de violência genital, incluindo eletrocussão, espancamentos e queimaduras nos órgãos genitais, além de desnudamento forçado e nudez prolongada, usados para humilhar e obter confissões ou informações”, afirmou ainda.

O pedido de comentário do relatório ainda não foi respondido pela missão da Rússia na ONU em Nova York. Guterres também colocou que as autoridades russas não se envolveram com seu enviado especial sobre o assunto.