NYT: Trump quer alterar programa de refugiados para beneficiar pessoas brancas
Medidas propostas visam que imigrantes tenham domínio da língua inglesa, sejam europeus e façam aulas de história
O governo de Donald Trump está considerando uma nova reforma no programa de refugiados dos Estados Unidos em busca de “priorizar os interesses da nação” em torno de uma “afinidade cultural e política com o país”. Segundo o jornal norte-americano New York Times, a reformulação reduziria o programa ao mínimo, dando preferência a sul-africanos brancos e europeus que se opõem à migração.
O programa de refugiados surgiu em 1980 para auxiliar imigrantes considerados vulneráveis pela Casa Branca, independente da nacionalidade, etnia, religião ou língua. Naquele momento, o foco principal do projeto era apoiar aqueles que estavam fugindo de guerras, perseguição política, religiosa ou étnica.
Encabeçado por Trump após seu retorno à Casa Branca, a reformulação quer alterar os critérios de seleção. Para o governo do republicano, será necessário que os solicitantes de auxílio tenham domínio da língua inglesa, façam aulas de história, sejam sul-africanos brancos e europeus que se opõem à migração, segundo o NYT.
Em seus primeiros dias de governo, o mandatário norte-americano suspendeu admissões de refugiados, ordenando que os Departamentos de Estado e Segurança Interna apresentassem propostas para uma remodelação do programa.
De acordo com a reportagem, algumas das sugestões apontadas já estão em vigor no país e, segundo o jornal, elas o “transformariam em um programa que se conforma à visão de imigração de Trump” e que seria voltado a ajudar “pessoas brancas que dizem estar sendo perseguidas”.

Trump traz como critérios de seleção que os imigrantes tenham domínio da língua inglesa
Rosinha Martins/ flickr
No novo documento, Trump incluiu algumas mudanças na segurança dos refugiados garantindo que a vistoria será mais rígida, incluindo testes de DNA que serão expandidos para crianças para garantir que sejam parentes dos responsáveis que estão viajando.
As propostas aconselham Trump a priorizar grupos europeus que foram “alvo de expressão pacífica de pontos de vista online, como oposição à migração em massa ou apoio a partidos políticos ‘populistas”, o que parece ser, aponta o NYT, uma referência ao partido político europeu de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), cujos os líderes banalizam o Holocausto, revivem frases nazistas e difamam estrangeiros.
O novo plano também planeja que o número de refugiados seja reduzido para 7.000 no próximo ano, em contrapartida ao governo de Joe Biden que estabeleceu uma marca de 125 mil imigrantes.
Segundo NYT, o mandatário é obrigado a consultar o Congresso sobre decretar um limite de refugiados, porém as autoridades da Casa Branca afirmaram que a paralisação do governo impediu o andamento da averiguação.
As sugestão continuam sendo enviadas à Casa Branca. De acordo com um rascunho da versão mais recente, obtida pelo NYT, a proposta é que as embaixadas norte-americanas comecem a selecionar os que serão considerados para o status de refugiado, em vez das Nações Unidas, que possuem um costume de décadas neste processo. A mudança visa aumentar o controle norte-americano sobre os refugiados.























