Novo ataque das RSF deixa cerca de 40 mortos no Sudão
Grupo rebelde invadiu velório em cidade El-Obeid, na região central do país; escritório da ONU afirmou que ‘situação no país está piorando’
Em mais um episódio da guerra civil que afeta o Sudão, as Forças de Ataque Rápido (RSF, por sua sigla em inglês) realizaram recentemente um ataque na cidade de El-Obeid, na região central do país, que resultou na morte de pelo menos 40 pessoas.
Durante a ação, os membros do grupo rebelde invadiram um velório, onde a maioria das vítimas e dos feridos teriam sido atingidos.
As informações sobre o massacre foram divulgadas nesta quarta-feira (05/11) através de um comunicado do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), que não precisou a data em que o ataque ocorreu, dizendo apenas que foi recente.
A nota tampouco traz um número preciso de feridos que sobreviveram ao massacre e reconhece que a primeira estimativa de 40 vítimas fatais poderia ser superada.
“A situação de segurança no Sudão está piorando”, diz o comunicado do OCHA, que solicita às forças envolvidas no conflito que “terminem imediatamente com as hostilidades, em nome dos inocentes que estão pagando com suas vidas por um conflito do qual não fazem parte”.

Escritório da ONU pediu que forças envolvidas na guerra civil do Sudão cessem os ataques devido à crise humanitária no país
Ala Kheir / OCHA
Guerra civil
A guerra no Sudão entre as RSF e as forças armadas regulares do país já dura mais de dois anos e meio.
O conflito teve seu início em abril de 2023, quando as RSF tomaram a capital Cartum, sob o comando do líder guerrilheiro Mohamed Hamdan Dagalo, mais conhecido como “Hemedti”.
A capital sudanesa foi retomada pelas Forças Armadas do país em março deste ano, recolocando o ditador Abdel Fattah al-Burhan no poder – vale lembrar, porém, que al-Burhan deu um golpe de Estado em 2021 com o apoio das RSF.
Segundo o OCHA, a guerra civil já matou mais de 150 mil pessoas e obrigou mais de 13 milhões a se deslocarem para fugir do conflito.
Nesta segunda-feira (03/11), o Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou a abertura de uma investigação sobre supostos assassinatos em massa, estupros, desaparecimentos e crimes contra a humanidade cometidos pelas RSF no Sudão.























