Novas cartas e fotos reacendem críticas à interdição de Trump sobre caso Epstein
NYT divulgou declarações e imagens inéditas da mansão do criminoso sexual; sua cúmplice Ghislaine Maxwell foi transferida de prisão após conversa com Departamento de Justiça
O escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, financista e criminoso sexual condenado em 2019, voltou ao centro das atenções nesta terça-feira (05/08) com a publicação pelo New York Times de uma série de fotos e cartas inéditas enviadas a ele por figuras influentes na ocasião de seu aniversário em 2013.
Entre elas constam mensagens de várias personalidades, entre elas o ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Barak, o cineasta Woody Allen e o bilionário da mídia Mortimer Zuckerman. Na carta, o ex-premiê israelense e sua esposa descrevem Epstein como “um colecionador de pessoas” e acrescentam: “não há limites para a curiosidade de vocês (…) Vocês são como um livro fechado para muitos deles, mas sabem tudo sobre todos”.
Já o magnata da Mortimer Zuckerman sugere que seja acrescentado entre os ingredientes das refeições servidas na mansão algo que “melhore o desempenho sexual de Jeffrey”. O cineasta Woody Allen, por sua vez, afirma que as recepções eram “bem servidas”, citando que o serviço era feito por camareiros ou por “várias moças” que o faziam lembrar do “Castelo Drácula”.
Além das cartas, o NYT publicou fotos inéditas da mansão de sete andares e 1.900 metros quadrados do criminoso sexual. Nelas, é possível identificar câmeras de vigilância instaladas na suíte do bilionário e na chamada “sala de massagem”, onde aconteciam os crimes sexuais contra menores aliciadas em sua rede de prostituição.
As fotografias mostram, ainda, a escultura suspensa de uma mulher usando um vestido de noiva segurando uma corda no átrio principal e lembra que Epstein exibia em seu escritório a primeira edição de “Lolita”, romance de Nabokov, de 1955.
Porta-retratos
O jornal norte-americano também elenca dezenas de personalidades encontradas nos porta-retratos que decoram a mansão, o que atesta a influência de Epstein, mas não significa que essas pessoas tenham cometido crimes sexuais.
Em um desses porta-retratos, há uma nota de um dólar assinada por Bill Gates com a frase “eu estava errado!”. Em vários deles, também aparece Stephen Bannon, ex-estrategista da Casa Branca. Ele confirmou ter gravado horas de entrevistas com o criminoso em 2019, ano em que Epstein foi preso e, segundo as autoridades, suicidou-se na prisão.

Novas cartas e fotos reacendem críticas à interdição de Trump sobre caso Epstein
Molly Riley / White House
A divulgação das personalidades envolvidas no escândalo sexual foi uma promessa do presidente Donald Trump à sua base MAGA. Em julho deste ano, para surpresa desses apoiadores, Trump anunciou que não abriria os arquivos do caso. A pressão continua forte, dentro e fora do governo, em particular, dos parlamentares democratas que exigem a publicação na íntegra dos documentos.
Uma carta enviada por Trump a Epstein em 2003 foi publicada Wall Street Journal, aquecendo o debate. Trump processou o jornal por difamação. O WST também afirmou que o nome de Trump consta nos arquivos, o que a Casa Branca nega.
Recentemente, o Departamento de Justiça enviou um alto funcionário para se encontrar com Ghislaine Maxwell, ex-parceira e cúmplice de Epstein. Ela cumpre pena de 20 anos por tráfico sexual e, após o encontro, foi transferida para uma unidade de segurança mínima, alimentando ainda mais os rumores de que Trump poderia conceder a ela um perdão em troca de cooperação, aponta o NYT.
Confira a reportagem do New York Times.























