Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se posicionou nesta segunda-feira (04/08) sobre o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que dois submarinos nucleares já estão posicionados nas “regiões apropriadas”.

O representante alegou que não se pode falar em qualquer escalada entre Moscou e Washington. “Somos muito cautelosos com quaisquer declarações relacionadas a questões nucleares. E acreditamos que todos devem ser muito, muito cautelosos com a retórica nuclear. Não pode haver vencedor em uma guerra nuclear. Este é o principal postulado do qual partimos”, enfatizou o secretário de imprensa presidencial, segundo o veículo russo, RIA Novosti.

Peskov também lembrou que a política externa da Rússia é determinada pelo presidente Vladimir Putin. Ao mesmo tempo, em cada país, os membros da liderança têm diferentes pontos de vista sobre os eventos atuais. “Há pessoas muito, muito teimosas nos Estados Unidos da América, em países europeus. É por isso que isso sempre acontece”, resumiu o secretário de imprensa.

Trump envia dois submarinos nucleares

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (01/08) o envio de dois submarinos com capacidade nuclear às “regiões apropriadas” em resposta ao que considerou como “declarações altamente provocativas” do ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.

No dia anterior, o político aliado do líder russo Vladimir Putin, disse que Washington deveria lembrar que Moscou usufrui de um sistema soviético de retaliação nuclear criado na Guerra Fria, conhecido como “Mão Morta”. O aparato altamente destrutivo foi criado pela União Soviética para disparar mísseis nucleares automáticos caso uma liderança fosse morta pelo Ocidente.

“Ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados nas regiões apropriadas, caso essas declarações tolas e inflamatórias sejam mais do que apenas isso”, escreveu o mandatário norte-americano na plataforma Truth Social.

De acordo com a agência de notícias russa TASS, o Pentágono não respondeu de imediato sobre a localidade exata em que os submarinos norte-americanos foram posicionados.

‘Feliz em ver Witkoff’

Trump anunciou neste domingo (03/08) que seu enviado especial, Steve Witkoff, viajará a Moscou nesta quarta ou quinta-feira. Após visitar os centros de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), em uma “visita teatral” segundo o Hamas, Wilkoff chegará ao país antes da sexta-feira (08/08), prazo final dado por Trump ao presidente Putin, para um acordo de cessar-fogo.

“O Kremlin fica sempre feliz em ver Witkoff em Moscou”, afirmou Peskov, sobre visita do enviado especial de Trump à Rússia
Sergey Bulkin / TASS

Inicialmente, Trump havia dado um prazo de 50 dias para o fim do conflito na Ucrânia. Depois, ele o reduziu para “10 ou 12 dias”, ameaçando aplicar “tarifas secundárias” contra Moscou. Questionado pelos jornalistas sobre a orientação dada a Witkoff, Trump foi sucinto: “faça um acordo em que as pessoas parem de ser mortas”.

A visita de Witkoff a Moscou será a primeira desde que Trump adotou um discurso mais contundente em relação à Rússia. “O Kremlin fica sempre feliz em ver Witkoff em Moscou”, afirmou Peskov, ao mencionar a possibilidade do encontro nesta semana entre o enviado de Trump e o presidente russo.

A visita, informou o britânico Guardian, é vista com ceticismo pela Ucrânia, que pressiona por uma postura mais dura de Washington e o aumento de ajuda por parte de Trump. Na sexta-feira (01/08), Putin disse que apoia uma “paz duradoura e estável”, mas reiterou suas exigências sobre o controle russo de quatro regiões ucranianas e o compromisso de que Kiev jamais entrará para a OTAN.

Até agora, o único acordo que está funcionando entre os dois países é a troca de prisioneiros e de corpos dos combatentes mortos em ambos os lados.