Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A União de Organizações Indígenas Camponesas de Cotacachi (Unorcac) continuará sua mobilização em Cotacachi, província de Imbabura, apesar de a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) ter declarado que não continuará com a greve nacional diante da brutal repressão que deixou três mortos, 296 feridos, 205 detidos e 15 desaparecidos temporariamente, segundo a Aliança pelos Direitos Humanos do Equador.

A presidente da Unorcac, Martha Tuquerres, anunciou que a região de Cotacachi continuará sua resistência e que nesta quinta-feira (23/10) acontecerá uma grande marcha pela dignidade. A organização também afirmou que haverá uma declaração e uma decisão coletiva de todas as organizações de Imbabura, em resposta ao anúncio da CONAIE do fim da greve nacional.

“Continuaremos lutando pela memória daqueles que deram suas vidas nesta mobilização e pela liberdade de nossos companheiros injustamente presos. A decisão sobre o futuro da greve será tomada em assembleia popular “, disse um porta-voz, citado pela mídia local.

Da mesma forma, a liderança da Unorcac e o movimento popular declararam que 134 membros da organização ficaram feridos, dos quais seis estão em estado crítico , enquanto os demais apresentam ferimentos leves e permanecem estáveis.

“Também agradecemos a toda a comunidade de Cotacachi, bem como às diversas províncias e organizações de caridade que se uniram a esta causa, demonstrando mais uma vez que a união é a nossa maior força”, disseram.

Segundo a Rádio Pichincha, isso reflete o fato de que a CONAIE está enfrentando uma ruptura com suas bases na Serra Norte do Equador.

A greve nacional de um mês promovida pela CONAIE teve como objetivo conter as políticas neoliberais do governo de Daniel Noboa, a restauração do subsídio ao diesel, que elevou o preço do galão de US$ 1,80 para US$ 2,80 , bem como os projetos extrativistas e o impacto nas comunidades indígenas.

(*) com teleSUR