Chanceler francês afirma que EUA 'violam' direito internacional ao atacar Caribe
Para Jean-Noel Barrot, embora Paris também esteja presente na região para ajudar no combate ao tráfico de drogas, faz isso 'em estreita cooperação com os países afetados'
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, condenou neste domingo (09/11) os ataques dos EUA contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico, segundo o jornal Le Journal du Dimanche.
“Acompanhamos com preocupação os ataques perpetrados em águas internacionais pelos Estados Unidos, que violam o direito internacional e o direito marítimo “, afirmou Barrot da Colômbia, onde participará da IV Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, que será realizada no país sul-americano.
A este respeito, a chanceler sublinhou que a França também está presente na região e “não hesita em mobilizar os seus recursos militares” no combate ao narcotráfico, mas limita-se a “abordar” e interceptar navios que transportam drogas, “em estreita cooperação com os países afetados”, em vez de os atacar.
Além disso, Barrot também expressou a determinação de ajudar a “frustrar a explosão” das vendas de drogas na América Latina, no Caribe e na Europa, onde os traficantes de drogas estão agora “se deslocando e estabelecendo laboratórios”.
Para atingir esse objetivo, afirmou ele, o governo francês planeja inaugurar no próximo ano uma academia regional de combate ao crime organizado, com sede na República Dominicana, que capacitará investigadores e funcionários da alfândega, entre outros, anualmente. Espera-se chegar a um acordo de extradição entre Paris e Bogotá para narcotraficantes de ambos os países.
Agressões dos EUA
Em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, um submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, com a justificativa de combater o narcotráfico, bem sem provas. Desde então, vários bombardeios foram realizados contra embarcações suspeitas de transportar drogas no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico, resultando em dezenas de mortes.
Donald Trump também acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar um suposto cartel de drogas. Nesse contexto, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, dobrou a recompensa por informações que levem à sua prisão.
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios norte-americanos contra pequenas embarcações, que deixaram mais de 60 mortos.
O bombardeio de pequenas embarcações também foi criticado pelos governos da Colômbia, México e Brasil, bem como por especialistas das Nações Unidas, que apontaram que se tratam de “execuções sumárias” contrárias ao que está consagrado no direito internacional.
(*) com RT em Espanhol























