Ministério Público italiano dá parecer favorável à extradição de Carla Zambelli
Informação foi confirmada pela Advocacia-Geral da União; deputada bolsonarista tem duas condenações no STF e está presa em Roma há quase três meses
A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou nesta quarta-feira (22/10) a informação de que o Ministério Público da Itália deu parecer favorável à extradição da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que se encontra presa em Roma desde o dia 29 de julho.
O parecer deverá ser avaliado pelo Ministério da Justiça da Itália, que decidirá se aceita ou não extraditar Zambelli ao Brasil. Não há um prazo específico para a avaliação desse caso.
Em junho deste ano, Zambelli revelou em suas redes sociais que havia fugido do Brasil, passando por Argentina, Estados Unidos e chegando finalmente à Itália, com a justificativa de que precisava escapar do que considerava uma “perseguição judicial” por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Na ocasião, a corte já havia formado maioria pela condenação da parlamentar por a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos, mas ainda não havia uma sentença definitiva, já que nem todos os magistrados haviam votado.
Porém, no dia 29 de julho, a polícia italiana prendeu Zambelli em um apartamento no centro de Roma, após denúncia do deputado italiano Agnelo Bonelli, membro da Aliança dos Verdes e das Esquerdas.

Carla Zambelli foi capturada na Itália em julho deste ano, enquanto se encontrava na condição de foragida da Justiça brasileira
Lula Marques / Agência Brasil
Naquela ocasião, o STF já havia concluído o processo sobre a invasão dos sistemas do CNJ, impondo uma sentença de 10 anos de prisão em regime fechado. Por essa razão, o ministro Alexandre de Moraes emitiu um mandado de prisão e outro de captura internacional contra a congressista brasileira.
Prisão na Itália
Desde então, a política de extrema direita se mantém em detenção na penitenciária feminina de Rebibbia, localizada na periferia da capital italiana.
Nos últimos meses, Zambelli já passou por três audiências de custódia e teve recursos negados pelas autoridades italianas. Além disso, a Corte de Apelação de Roma respondeu negativamente uma solicitação de liberdade provisória ou prisão domiciliar, pois os magistrados consideraram que existia “alto risco de fuga”.
Vale lembrar que, em agosto, a deputada recebeu outra condenação, com pena de cinco anos de prisão, por parte do STF, pelos de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Os crimes relativos a essa segunda condenação foram cometidos na véspera do segundo turno das eleições de 2022, ocasião em que ela ameaçou o jornalista Luan Araújo em uma perseguição pelo centro de São Paulo.
Com informações de ANSA.























