Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
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Após precisar retirar o capítulo fiscal da ‘Lei Ônibus' antes que tramite no Congresso, o governo do presidente Javier Milei continua a pressionar os governadores das províncias da Argentina com cortes caso seu pacote de reformas neoliberais não seja aprovado. 

“Vai haver um grande ajuste nas províncias”, declarou o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, em sua conferência de imprensa diária nesta segunda-feira (29/01).

A ameaça do governo é uma forma de pressionar os governadores para que obriguem os deputados daquelas províncias a votarem a favor do texto na próxima terça-feira (30/01).

“Tudo o que precisa de ser ajustado será ajustado”, acrescentou, alertando que nada desviará o governo do seu “norte”, que é o défice zero e o fim da inflação. Apesar do plano, a Argentina tornou-se, na última semana, o país com maior inflação do mundo, com 211,4%.

A retirada do “capítulo fiscal” da Lei Ônibus, na última sexta-feira (26/01) ocorreu em meio às tensões entre o governo Milei e os governadores das províncias.

Esse capítulo incluía, entre outros aspectos, a regularização de até US$ 100 mil em dinheiro, imóveis ou criptomoedas sem o pagamento de impostos, a mudança na fórmula de aposentadoria, uma moratória fiscal, um adiantamento do imposto sobre bens pessoais e o aumento nos direitos de exportação. 

O texto neoliberal foi um dos principais motivos da greve nacional realizada na última quarta-feira (24/01), convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) da Argentina, que organizou um  mobilização massiva em frente ao Congresso em Buenos Aires.

Presidente argentino ameaça líderes das províncias com cortes para que seus deputados votem a favor de leis neoliberais na terça-feira (30/01)

Ilan Berkenwald/Twitter

Milei tem mais de 50% de desaprovação com menos de dois meses de governo

Milei tem 50% de desaprovação

Com dois meses de administração a serem completados em 10 de fevereiro, mais da metade dos cidadãos argentinos desaprovam totalmente o governo Milei, revelou um estudo estatístico da empresa Zuban Córdoba.

De acordo com o estudo 52,8% dos argentinos entrevistados apresentam tais críticas ao governo, que desde o início tem procurado implementar políticas de desregulamentação econômica e privatização, o que gerou mobilizações populares e sindicais em diferentes partes do país sul-americano.

Além disso, a Zuban Córdoba revelou que 55,2% dos entrevistados têm uma imagem negativa de Milei, enquanto 54,4% acreditam que a Argentina está indo na direção errada.

A análise também revelou que 57,1% dos entrevistados acreditam que a economia da Argentina, daqui a um ano, estará igual ou pior do que atualmente. 

Os analistas ainda identificaram que 58% dos argentinos rejeitam a ideia de que o ajuste econômico promovido por Javier Milei deve ser pago pelas províncias do país, como ameaça o presidente.

A análise identificou igualmente que 45,9% culpam o governo anterior, liderado por Alberto Fernández pela má situação econômica da Argentina, enquanto 39,1% veem a administração de Milei como responsável.

(*) Com Sputniknews e RT en español