Sábado, 6 de dezembro de 2025
APOIE
Menu

O presidente da Argentina, Javier Milei, defendeu nesta sexta-feira (12/07) seu projeto para a criação de Sociedades Anônimas Esportivas (ou SAD, por sua sigla em espanhol), em uma postagem nas redes sociais em que faz alusão à final da Copa América, que será disputada no próximo domingo (14/07) entre as seleções da Argentina e da Colômbia.

“Pergunta técnica: se a AFA se opõe às SAD, por que permite que o time titular (da Argentina) venha dessas sociedades?”, perguntou o mandatário argentino.

O projeto, apresentado em janeiro deste ano, é praticamente idêntico ao modelo das Sociedades Anônimas de Futebol (SAF), implementado no Brasil em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, aliado ideológico do mandatário argentino.

Campanha Free Palestine

Leia também

Israel ultrapassou todos os limites da autodefesa, diz Rubens Ricupero

Hamas propõe aliança ‘nacionalista e apartidária’ para governar Gaza e Cisjordânia

Líder sindical defende que esquerda busque coalizão para indicar novo primeiro-ministro na França

Assim como aconteceu no caso brasileiro, o debate sobre a proposta desperta críticas entre alguns grupos de torcedores de clubes tradicionais, que classificam a iniciativa como uma espécie de “privatização” dos clubes, embora eles já sejam entidades privadas.

Isso acontece porque no modelo das SAD (assim como nas SAF brasileiras) os clubes passariam a ter donos, os acionistas majoritários dessas sociedades anônimas. Essas instituições terão a opção de manter seus presidentes, que estão à mercê dos sócios que os elegem, mas eles não poderão ter qualquer incidência sobre o time de futebol, incluindo a administração dos seus recursos: direitos de transmissão, compra e venda de jogadores, etc.

‘Socialismo pobrista’

Na Argentina, o modelo também é tratado com resistência pela Associação de Futebol Argentina (AFA), mas não há realmente uma oposição, como afirma Milei, e sim um distanciamento do debate.

Twitter @vinicios_betiol
Projeto de sociedades anônimas esportivas de Milei é similar ao das SAF, criado no Brasil por Bolsonaro

As posturas mais fortes contrárias ao projeto provêm de dirigentes de alguns dos maiores clubes do país, como o Independiente e principalmente o Boca Juniors, dono da maior torcida da Argentina e cujo presidente é o ex-futebolista Juan Román Riquelme.

Em uma entrevista recente ao canal de televisão C5N, Riquelme disse que “o ideal seria que todos os clubes de futebol sejam somente clubes de futebol (…) o torcedor não torce para uma empresa”.

Na mesma postagem desta sexta-feira, o presidente Milei afirmou que seu projeto de SAD pretende “acabar com o ‘socialismo pobrista’ no futebol” da Argentina.