Sábado, 6 de dezembro de 2025
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou nesta segunda-feira (03/11) como “condenável e covarde” o assassinato do prefeito da cidade de Uruapan, Carlos Manzo Rodríguez, após um ataque a tiros no último sábado (01/11).

Durante sua tradicional coletiva de imprensa, a líder mexicana expressou condolências à família do político de extrema direita e confirmou que investigações estão sendo feitas, incluindo as detenções de possíveis envolvidos no ataque.

“Todas as investigações estão sendo feitas pelo Ministério Público de Michoacán e todo o apoio necessário está sendo dado pelo gabinete de segurança”, declarou Sheinbaum.

A presidente mexicana prometeu que “não haverá impunidade” e que as investigações encontrarão não apenas os autores, “mas também quem ordenou essa execução”.

Sheinbaum aproveitou a oportunidade para criticar a guerra e a militarização contra o narcotráfico. Rodríguez era conhecido por promover uma política de confronto direto contra o crime organizado e cartéis de drogas e é investigada a possibilidade de essa ter sido a motivação do ato.

“A guerra contra o narcotráfico e as execuções extrajudiciais não funcionaram, pelo contrário, foi o que levou à situação de violência em Michoacán”, argumentou.

Assim, defendeu que “justiça social e um verdadeiro sistema de justiça, no qual um criminoso possa ser detido e tenha um julgamento” como caminho para enfrentar o crime organizado no país.

Presidente mexicana prometeu que “não haverá impunidade” em relação ao crime
Claudia Sheinbaum Pardo/X

Morte de Carlos Manzo Rodríguez

O prefeito da cidade mexicana de Uruapan, Carlos Manzo Rodríguez, que foi eleito como candidato independente em setembro de 2024, morreu no sábado (01/11) após ser baleado com seis tiros durante a celebração do Festival das Velas, evento tradicional do chamado Dia dos Mortos, na Plaza Morelos, centro histórico da cidade.

Imagens mostram o início do tiroteio em meio a uma multidão reunida no parque central da cidade para o evento. O som dos disparos provocou pânico imediato entre os participantes, que se jogaram no chão ou começaram a correr.

Rodríguez foi rapidamente resgatado e levado para o Hospital Fray Juan de San Miguel com ferimentos graves, e morreu minutos depois.

O governador de Michoacán, Alfredo Ramírez Bedolla, do partido de esquerda Morena, disse que um dos atiradores foi morto no local e outros dois foram presos. O governador ainda classificou o ataque como “covarde” e mobilizou o secretário de Segurança Pública, Juan Carlos Oseguera, junto à Guarda Nacional, para reforçar a segurança na cidade.

Após o crime, um grupo de manifestantes entrou no Palácio do Governo da cidade mexicana de Morelia, também no estado de Michoacán, em repúdio ao assassinato de Rodríguez.

As forças policiais chegaram ao local para conter os tumultos e dispersar aqueles que haviam conseguido abrir os portões do prédio do governo. Sete pessoas foram presas e foram registrados relatos de repressão policial.

A ocupação do prédio ocorreu durante uma manifestação de pelo menos 800 cidadãos que se reuniram na praça principal sob o lema “Marcha dos Cidadãos: basta de omissões e abusos”.

“O Governo do Estado manterá sempre a abertura ao diálogo e ao respeito, mas não tolerará atos que ameacem a ordem pública ou a propriedade pertencente ao povo de Michoacán”, declarou o Secretário de Governo, Raúl Zepeda Villaseñor.

(*) Com RT en español e informações de Revista Fórum