Sábado, 6 de dezembro de 2025
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Os governos do México e dos Estados Unidos firmaram, nesta quarta-feira (03/09), uma cooperação conjunta contra “o crime organizado transnacional” após uma reunião entre a presidente Claudia Sheinbaum e o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

O acordo foi aprovado pelo México mediante negociações “baseadas nos princípios de reciprocidade, respeito à soberania e à integridade territorial, responsabilidade compartilhada e diferenciada e confiança mútua”. As garantias ocorrem em meio a denúncias de que Washington não trata países latino-americanos com igualdade ou respeito às suas soberanias.

Segundo um comunicado conjunto dos dois países, o objetivo é “desmantelar o crime organizado transnacional” por meio da cooperação entre as instituições de segurança e autoridades judiciais mexicanas e norte-americanas.

Os governos prometeram “ações diferenciadas e imediatas” para fortalecer a segurança na fronteira, de modo a deter “o tráfico de fentanil e outras drogas ilícitas, além do tráfico de armas”, tema frequentemente abordado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

De acordo com o comunicado, os países também se reunirão “regularmente” para tomar medidas necessárias no tema da segurança, incluindo ações contra cartéis de drogas — um dos motivos usado por Trump para aplicar sua política de deportação em massa nos EUA.

“Os dois governos pretendem fortalecer ainda mais a colaboração em saúde pública e coordenar campanhas para prevenir o abuso de substâncias ilícitas e opióides”, concluiu o comunicado.

Apesar de acordo, México enfatizou que ações unilaterais e presença de forças estrangeiras em território mexicano não serão permitidas
Claudia Sheinbaum Pardo/X

Marco Rubio e o ministro das Relações Exteriores do México, Juan Ramón de la Fuente, realizaram uma coletiva de imprensa conjunta, na qual destacaram o novo nível de cooperação bilateral em segurança.

Rubio reconheceu que muitas das armas em poder dos cartéis mexicanos são traficadas dos Estados Unidos, o que torna esta uma das questões mais relevantes na colaboração entre as duas nações.

“Sabemos que muitas das armas encontradas nas mãos desses cartéis são armas que alguém está comprando de uma fonte nos Estados Unidos e traficando. Esse é um problema no México e no Caribe, e estamos focados nisso também”, reconheceu.

Rubio também expressou admiração pelo trabalho do México no combate aos cartéis, destacando a cooperação do governo de Claudia Sheinbaum no combate ao crime organizado.

“Nunca antes na história de ambos os países houve um nível de cooperação tão grande como o atual”, afirmou o funcionário norte-americano. No entanto, reconheceu que ainda há muito a ser feito e que ambas as nações “entendem que os cartéis são uma ameaça à segurança nacional do México e dos Estados Unidos”.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores mexicano, Juan Ramón de la Fuente, enfatizou que o acordo alcançado se baseia na “colaboração sem subordinação”.

O governo mexicano ainda deixou claro que a cooperação bilateral se limitará à troca de inteligência sobre o crime organizado, enfatizando que ações unilaterais e a presença de forças estrangeiras em território mexicano não serão permitidas.

(*) Com TeleSUR