Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, dos Estados Unidos, chegou à América Latina nesta terça-feira (11/11). A movimentação naval reforça o aumento da presença militar norte-americana na região e eleva a tensão com a Venezuela. 

O navio integra uma frota composta por oito navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35. Também faz parte de uma série de operações navais, aéreas e terrestres que o Pentágono tem intensificado no Caribe e em Porto Rico, onde reativou uma base militar fechada há mais de duas décadas. 

O porta-aviões, considerado o mais avançado da frota dos EUA, é capaz de operar dezenas de aeronaves simultaneamente e permanecer em missão prolongada em mar aberto.

Segundo informações da Reuters, citadas pela Folha de S. Paulo, o navio vai operar no Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas, que vai do Caribe aos mares ao sul da Argentina. 

O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, declarou que o porta-aviões “reforçará a capacidade dos EUA para detectar, vigiar e desarticular” os atores de supostas “atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território americano e a segurança no hemisfério ocidental”. 

Washington acusa Maduro de liderar um cartel internacional de drogas, acusação que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nega categoricamente.

A chegada do navio, descrito pela Marinha dos EUA como “a plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo”, ocorreu após o anúncio do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, em 24 de outubro. 

Desde o agravamento da crise diplomática, os Estados Unidos realizaram ao menos quatro missões de bombardeiros na costa venezuelana e vêm atacando embarcações suspeitas de ligação com o narcotráfico. Os ataques já deixaram ao menos 75 pessoas mortas. 

Marinha dos EUA descreve porta-aviões como “plataforma de combate mais capaz, adaptável e letal do mundo”
Alyssa Joy/Marinha dos EUA

Venezuela mobiliza 200 mil

Por sua vez, o governo venezuelano reagiu à presença militar norte-americana, classificando-a como uma “provocação” e um risco à soberania nacional. 

Diante da crescente ameaça militar dos EUA no sul do Caribe, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) iniciaram, também nesta terça-feira (11/11), uma fase superior do chamado Plano Independência, mobilizando 200 mil membros em todo o país. 

A mobilização foi ativada em estados como Carabobo, La Guaira, Táchira, Amazonas, Bolívar, Anzoátegui, Mérida, Nueva Esparta, Barinas, Trujillo, Lara e Delta Amacuro, e Distrito Capital.

Conforme instruído pelo presidente Maduro, a medida tem como objetivo a “otimização do Comando, Controle e Comunicações no âmbito das formas de luta armada e não armada para a Defesa Integral da Nação”.

Um comunicado assinado pelo Ministro da Defesa, Vladimir Padrino, especificou que esta nova dimensão implica o destacamento massivo de recursos terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis, bem como de sistemas de armas.

Esta operação envolve o destacamento em todo o espectro do espaço geográfico nacional e “em perfeita fusão popular entre forças militares e policiais”, para realizar diversas tarefas e garantir a integração dos elementos do poder nacional na missão de enfrentar as ameaças imperialistas, afirmou.

O exercício militar prevê a plena ativação dos “Órgãos de Direção para a Defesa Integral (ODDI) em todos os estados e entidades federais e municipais, a fim de realizar a coordenação interinstitucional e popular necessária para garantir o apoio multissetorial exigido pela Mobilização Nacional”.

Ele enfatizou que as FANB “estão mais fortes do que nunca em sua unidade, coesão moral e equipamentos, para trabalhar ao lado do povo venezuelano a fim de preservar a todo custo os interesses sagrados do país, como sua liberdade, soberania, independência, estabilidade e paz”. 

(*) Com Brasil247, Prensa Latina, TeleSUR e informações de AVN