Maduro inicia exercícios militares nos portos de La Guaira e Carabobo
Segundo presidente venezuelano, atividades têm como objetivo 'defesa da paz e da soberania’ frente às ameaças dos EUA no Caribe
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ativou nesta quarta-feira (08/10) novos exercícios militares nos portos estratégicos de La Guaira e Carabobo, no norte do país, como parte do plano para fortalecer a soberania do país em meio às ameaças dos Estados Unidos no Caribe.
Segundo o mandatário, o plano inclui “a ativação abrangente de todos os planos de defesa, resistência e ofensiva permanente” e é uma nova forma de ativação dos Órgãos de Administração e Zonas de Defesa Integral (ZODI), com a participação das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, da Milícia Nacional e de forças sociais e populares.
O destacamento dos Órgãos de Direção Integral da Defesa (ODDI), sob a Operação Independência 200, realizará 27 ações territoriais para “proteger e garantir de forma abrangente” esses territórios.
“Vamos avançando aos poucos, aprimorando a máquina militar popular do poderoso movimento nacional em defesa da paz, da soberania e do direito ao futuro”, afirmou Maduro.
O destacamento foi supervisionado pelo vice-presidente venezuelano, Diosdado Cabello. Segundo a autoridade, o exercício civil-militar busca aprimorar a capacidade de resposta do país frente à tensão norte-americana.
“Este exercício de mobilização está sendo convocado para a defesa integral da nação”, afirmou de La Guaira.
De acordo com Cabello, entre os objetivos prioritários da operação está a proteção de instalações estratégicas, incluindo oleodutos, petroquímicos, gasodutos, postos de gasolina e o sistema elétrico da Venezuela.
O vice-presidente descreveu o evento como uma “operação prolongada de resistência ativa que o povo venezuelano está abraçando com coragem” e enfatizou que “na Venezuela, as armas da República estão nas mãos do próprio povo”.
Segundo o membro do governo, esses tipos de exercícios não são isolados, mas sim parte de uma série de eventos que têm ocorrido em todo o país nos últimos dois meses.

Segundo vice-presidente da Venezuela, operação deseja proteger instalações estratégicas do país
Prensa Latina
O vice-presidente ainda sustentou que essas ações respondem à necessidade de preparação para ameaças externas: “Nós nos mobilizamos, agimos e praticamos o que diz respeito a um povo que tem plena consciência do poderoso inimigo que quer se apoderar dos recursos naturais do nosso país”, disse ele, sem citar diretamente Washington.
Nesse sentido, denunciou que o imperialismo costuma mascarar suas atividades na América Latina para realizar golpes de Estado ou promover “mudanças de regime”. Também afirmou que essas intervenções se escondem “por trás de supostas operações de combate ao narcotráfico“, uma narrativa que carece de credibilidade, afirmou.
Cabello enfatizou que, diante do cerco e das “falsas narrativas”, o povo e as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) estão se preparando responsavelmente, sob a liderança de Maduro, para defender a paz e a integridade territorial da Venezuela.
Suspensão de contatos diplomáticos
Os avanços militares da Venezuela ocorrem após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenar na terça-feira (07/10) a suspensão de todos os contatos diplomáticos com Caracas para negociar as tensões na região.
De acordo com o jornal The New York Times, a ordem do republicano foi dada ao seu enviado especial, Richard Grenell, que “vinha liderando negociações com Maduro e outras autoridades venezuelanas de alto escalão”.
Além disso, a medida deverá ser implementada de forma imediata, suspendendo as iniciativas diplomáticas em andamento com o país sul-americano.
Os EUA têm pelo menos oito navios de guerra e um submarino, além de milhares de soldados, no Caribe sob o pretexto de combater o narcotráfico, mas Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, alega que esta é uma tentativa de promover uma “mudança de regime” e impor “governos fantoches” na Venezuela.
Desde agosto, as forças norte-americanas destruíram pelo menos cinco embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, matando mais de 20 pessoas, e Trump justificou as ações ao dizer que o país sul-americano está envolvido em um “conflito armado não internacional” com os cartéis.
(*) Com Ansa, Prensa Latina, TeleSUR e informações da Agência Venezuelana de Notícias (AVN)























