Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou a criação das brigadas internacionais para defender a “independência, soberania e paz” nacionais em caso de agressão ou intervenção por parte dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, o governo de Donald Trump tem destacado suas forças armadas no Mar do Caribe, sob a alegação de que se trata de um mecanismo de combate contra o tráfico de drogas, uma narrativa rejeitada até pelos próprios congressistas republicanos.

O anúncio foi feito na última sexta-feira (24/10) durante uma visita à Comuna Turística Agroecológica El Gran Topo, em Colina Bella, em Caracas, como parte da cerimônia de encerramento da reunião da Plataforma Mundial Anti-Imperialista.

“Recebemos propostas de toda a América Latina e Caribe, Ásia, África e muitos outros lugares. Tenho visto vídeos nas redes sociais, de muitas pessoas, líderes sociais, dizendo que também estão alistados”, destacou o líder bolivariano, ao afirmar que Washington está desencadeando “uma nova guerra eterna”. Desta forma, as Brigadas Internacionais serão formadas por “homens e mulheres do mundo”, incluindo líderes sociais, juvenis e sindicais.

Maduro também classificou a justificativa dos EUA de “enlouquecida” sobre as agressões contra a Venezuela, explicando que, como Washington não consegue acusar sua nação de possuir armas de destruição em massa, como as nucleares, “eles inventam uma narrativa extravagante, vulgar, criminosa e totalmente falsa”.

O evento em Caracas, que contou com a presença de dezenas de convidados internacionais, foi coordenado pela presidente do Instituto Simón Bolívar para a Paz e a Solidariedade entre os Povos, Blanca Eekhout.

Maduro anuncia Brigadas Internacionais no âmbito da cerimônia de encerramento da reunião da Plataforma Mundial Anti-Imperialista, em Caracas
Imprensa Presidencial

Desde o início de setembro, os EUA mobilizaram cerca de 10 mil soldados no Mar do Caribe, a maioria deles em bases em Porto Rico. Destacou também aproximadamente 2.2 mil fuzileiros navais, além de enviar um submarino com capacidade nuclear, caças F-35 e aeronaves com tecnologia de reconhecimento. As forças armadas norte-americanas já deixaram cerca de 10 embarcações de pesca destruídas e mais de 40 pessoas mortas.

O presidente venezuelano e, também o colombiano, Gustavo Petro, foram apontados infundadamente por Trump como líderes de organizações de tráfico de drogas. A acusação contra Petro, em particular, levou à deterioração das relações entre Bogotá e Washington.

Ao mesmo tempo em que anuncia as brigadas internacionais, o governo Maduro trabalha na mobilização de milicianos e reforça suas fronteiras para enfrentar qualquer tentativa dos EUA de entrar em seu território, em um plano denominado Independência 200. A Venezuela também solicitou o apoio do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, diante da ameaça norte-americana na região.

(*) Com RT en Español e Telesur