Maduro condena agressão dos EUA e acusa país de querer se apropriar dos recursos petrolíferos
Presidente venezuelano disse que Washington cria 'falsas narrativas', como combate ao narcotráfico, na tentativa de se apoderar das riquezas naturais da nação
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a rejeitar nesta terça-feira (09/09) as ameaças militares que os Estados Unidos têm promovido contra o país, acusando Washington de tentar impor um governo subserviente à sua nação. A mais recente posição foi dada durante o seu programa semanal Con Maduro +, durante o qual destacou que as ameaças militares norte-americanas não se tratam de “simples tensões”, e sim de “agressões”.
De acordo com o líder bolivariano, os EUA pretendem forçar uma mudança de governo que seja condizente aos interesses daquele país. Contudo, Maduro enfatizou que “ninguém deve humilhar a Venezuela”.
No programa, Maduro também enfatizou que a Venezuela mantém uma política bem-sucedida contra o narcotráfico, em contraste com os EUA, acusando o país agressor de “fugir de sua responsabilidade” e criar falsas narrativas para atacar a nação bolivariana com o objetivo de se apoderar de seus recursos petrolíferos.
“Por isso decidimos enviar nossa milícia para enfrentar essa interferência inaceitável que quer mudar o regime e se apropriar das riquezas naturais da nação. […] os Estados Unidos são o maior consumidor de drogas, não estão interessados e estão fazendo muito pouco para resolver o grave problema de saúde pública que seus cidadãos estão enfrentando devido ao alto consumo de narcóticos”, disse.
Atualmente, oito navios da Marinha norte-americana foram mobilizados em operações que alegam, sem provas, estarem envolvidos em supostas missões antidrogas na América Latina. Sete estão no Caribe e um no Pacífico. Washington também está enviando 10 caças F-35 para Porto Rico como parte de seus esforços.
Na sexta-feira (05/09), Trump prometeu que suas forças derrubariam aeronaves militares venezuelanas se ameaçassem ativos norte-americanos. Diante das ameaças, a Venezuela enviou aproximadamente 25 mil forças armadas para a fronteira com a Colômbia e ao longo da costa caribenha, visando fortalecer as operações de resposta rápida e salvaguardar a segurança nacional.
Recentemente, em entrevista à RT, no programa Conversando con Correa, o líder venezuelano reforçou a denúncia de que o governo norte-americano quer, na realidade, controlar as riquezas da Venezuela e, para isso, usa o pretexto de combater o narcotráfico, enviando navios de guerra perto da costa do país.
“Eles estão procurando muitas coisas, primeiro eles estão procurando petróleo, não é tráfico de drogas, é petróleo, é gás. A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, que agora são aumentadas pelos novos fatores de recuperação que existem com a tecnologia do petróleo. Tem a quarta reserva de gás, que está em todo o Caribe, precisamente para onde essas pessoas enviaram a frota”, disse o presidente.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro apresentou dados da Organização Mundial das Alfândegas, que indicam que 70% da cocaína colombiana que vai para os Estados Unidos sai pelos portos equatorianos
Prensa Presidencial
Irã apoia soberania venezuelana
Na segunda-feira (08/09), Maduro e seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, conversaram por telefone e prometeram aprofundar a cooperação bilateral entre os países. No telefonema, o líder do país persa expressou forte apoio à soberania da Venezuela e condenou as ações dos EUA. Vale lembrar que ambas as nações compartilham de um histórico de enfrentamento às sanções norte-americanas.
Pezeshkian enfatizou que a resiliência iraniana diante da pressão dos EUA e de Israel está enraizada na “unidade nacional e solidariedade interna”, apontando que essa coesão protege as nações da interferência estrangeira. Em seguida, o líder de Caracas afirmou que a força de seu país vem da “solidariedade única entre o governo, a nação e as forças armadas”.
Na ligação, Maduro também denunciou que os EUA travam uma campanha psicológica e espalham falsas narrativas sobre a Venezuela, mas destacou que mais de oito milhões de venezuelanos têm se prontificado para resistir à agressão estrangeira.
(*) Com RT en Español e Telesur























