Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a rejeitar nesta terça-feira (09/09) as ameaças militares que os Estados Unidos têm promovido contra o país, acusando Washington de tentar impor um governo subserviente à sua nação. A mais recente posição foi dada durante o seu programa semanal Con Maduro +, durante o qual destacou que as ameaças militares norte-americanas não se tratam de “simples tensões”, e sim de “agressões”.

De acordo com o líder bolivariano, os EUA pretendem forçar uma mudança de governo que seja condizente aos interesses daquele país. Contudo, Maduro enfatizou que “ninguém deve humilhar a Venezuela”.

No programa, Maduro também enfatizou que a Venezuela mantém uma política bem-sucedida contra o narcotráfico, em contraste com os EUA, acusando o país agressor de “fugir de sua responsabilidade” e criar falsas narrativas para atacar a nação bolivariana com o objetivo de se apoderar de seus recursos petrolíferos.

“Por isso decidimos enviar nossa milícia para enfrentar essa interferência inaceitável que quer mudar o regime e se apropriar das riquezas naturais da nação. […] os Estados Unidos são o maior consumidor de drogas, não estão interessados e estão fazendo muito pouco para resolver o grave problema de saúde pública que seus cidadãos estão enfrentando devido ao alto consumo de narcóticos”, disse.

Atualmente, oito navios da Marinha norte-americana foram mobilizados em operações que alegam, sem provas, estarem envolvidos em supostas missões antidrogas na América Latina. Sete estão no Caribe e um no Pacífico. Washington também está enviando 10 caças F-35 para Porto Rico como parte de seus esforços.

Na sexta-feira (05/09), Trump prometeu que suas forças derrubariam aeronaves militares venezuelanas se ameaçassem ativos norte-americanos. Diante das ameaças, a Venezuela enviou aproximadamente 25 mil forças armadas para a fronteira com a Colômbia e ao longo da costa caribenha, visando fortalecer as operações de resposta rápida e salvaguardar a segurança nacional.

Recentemente, em entrevista à RT, no programa Conversando con Correa, o líder venezuelano reforçou a denúncia de que o governo norte-americano quer, na realidade, controlar as riquezas da Venezuela e, para isso, usa o pretexto de combater o narcotráfico, enviando navios de guerra perto da costa do país.

“Eles estão procurando muitas coisas, primeiro eles estão procurando petróleo, não é tráfico de drogas, é petróleo, é gás. A Venezuela possui as maiores reservas de petróleo do mundo, que agora são aumentadas pelos novos fatores de recuperação que existem com a tecnologia do petróleo. Tem a quarta reserva de gás, que está em todo o Caribe, precisamente para onde essas pessoas enviaram a frota”, disse o presidente.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro apresentou dados da Organização Mundial das Alfândegas, que indicam que 70% da cocaína colombiana que vai para os Estados Unidos sai pelos portos equatorianos
Prensa Presidencial

Irã apoia soberania venezuelana

Na segunda-feira (08/09), Maduro e seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, conversaram por telefone e prometeram aprofundar a cooperação bilateral entre os países. No telefonema, o líder do país persa expressou forte apoio à soberania da Venezuela e condenou as ações dos EUA. Vale lembrar que ambas as nações compartilham de um histórico de enfrentamento às sanções norte-americanas.

Pezeshkian enfatizou que a resiliência iraniana diante da pressão dos EUA e de Israel está enraizada na “unidade nacional e solidariedade interna”, apontando que essa coesão protege as nações da interferência estrangeira. Em seguida, o líder de Caracas afirmou que a força de seu país vem da “solidariedade única entre o governo, a nação e as forças armadas”.

Na ligação, Maduro também denunciou que os EUA travam uma campanha psicológica e espalham falsas narrativas sobre a Venezuela, mas destacou que mais de oito milhões de venezuelanos têm se prontificado para resistir à agressão estrangeira.

(*) Com RT en Español e Telesur