Sábado, 6 de dezembro de 2025
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O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, agradeceu à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) nesta sexta-feira (05/09) por sua declaração de apoio ao país em meio às crescentes ameaças dos Estados Unidos.

“Quero agradecer os 20 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos que aderiram à declaração que rechaça as ameaças militares e a presença militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe, e apoiando o direito do povo venezuelano de viver em paz”, afirmou Maduro.

O presidente venezuelano deu a declaração durante um evento na Academia Militar do Exército Bolivariano, onde foi oficializada a ativação das Unidades de Milícias Comunais em mais de 5 mil distritos do país, iniciativa impulsionada como resposta à escalada de ameaças dos Estados Unidos contra a Venezuela, nas últimas semanas.

Segundo Maduro, a declaração dos 20 países da CELAC “dá o tom para a reação mundial” contra o Washington, e “reafirmou que a América Latina e o Caribe são um território de paz”.

Documento foi assinado pelo Brasil

Os comentários do presidente da Venezuela se referem a um documento publicado nesta mesma sexta-feira, no qual 20 países membros da CELAC expressam sua “profunda preocupação com o recente destacamento militar extrarregional na região”.

“A América Latina e o Caribe foram proclamadas como zona de paz, compromisso adotado por todos os Estados membros e sustentado em princípios como: a proscrição da ameaça ou do uso da força, a solução pacífica de controvérsias, a promoção do diálogo e do multilateralismo, o respeito irrestrito à soberania e integridade territorial, a não ingerência nos assuntos internos dos Estados e o direito inalienável dos povos à autodeterminação”, diz um trecho do documento.

O Brasil é um dos 20 países que assinaram o manifesto. Os demais são Antigua e Barbuda, Barbados, Belize, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Dominica, Granada, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, República Dominicana, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Uruguai e Venezuela.

Outros 13 países membros da CELAC não assinaram o documento. São eles: Argentina, Bahamas, Costa Rica, El Salvador, Equador, Guiana, Haiti, Jamaica, Panamá, Peru, Paraguai, República Dominicana e Trinidad e Tobago.

Maduro disse que CELAC ‘reafirmou que a América Latina e o Caribe são um território de paz’
Governo da Venezuela

Leia a íntegra do documento publicado nesta sexta:

COMUNICADO DOS ESTADOS DA COMUNIDADE DE ESTADOS LATINO-AMERICANOS E CARIBENHOS (CELAC) SOBRE A PRESENÇA MILITAR EXTRARREGIONAL NA REGIÃO

Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Dominica, Granada, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Uruguai e Venezuela, como países integrantes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), expressam sua profunda preocupação com o recente despliegue militar extrarregional na região.

A este respeito, recorda-se que a América Latina e o Caribe foram proclamadas como zona de paz, compromisso adotado por todos os Estados membros e sustentado em princípios como: a proscrição da ameaça ou do uso da força, a solução pacífica de controvérsias, a promoção do diálogo e do multilateralismo, o respeito irrestrito à soberania e integridade territorial, a não ingerência nos assuntos internos dos Estados e o direito inalienável dos povos à autodeterminação.

Destacamos ainda que o Tratado para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (Tratado de Tlatelolco) constitui um marco histórico que transformou nossa região na primeira zona densamente povoada do mundo livre desse tipo de armamento. Este tratado reflete a vocação de nossos povos pela paz, segurança coletiva e a proscrição definitiva das armas nucleares como meio de coerção ou ameaça.

Reconhecemos, por outro lado, que o crime organizado transnacional e o narcotráfico constituem uma ameaça significativa para alcançar sociedades pacíficas e inclusivas, pelo que reafirmam sua vontade de combatê-los de maneira prioritária, aumentando a cooperação e a coordenação regional e internacional no marco do respeito ao Direito Internacional e cumprindo com os marcos legais e convenções internacionais vigentes.

Os países da CELAC signatários desta declaração fazem um chamado para promover um entorno seguro e reiteram seu firme compromisso com a defesa da paz, estabilidade, democracia e desenvolvimento em toda a região.