Maduro agradece 'reação impressionante' contra ameaças dos EUA e convoca mobilização social
Presidente venezuelano disse que ataque não é contra ele, mas contra o povo da Venezuela; e mencionou racismo da política imigratória de Washington
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, agradeceu nesta segunda-feira (18/08) as manifestações de solidariedade recebidas dentro e fora do país após a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pamela Bondi, aumentar para US$ 50 milhões (R$ 273 milhões) a recompensa por sua captura.
Ele também anunciou a mobilização de 4,5 milhões de voluntários, integrantes das Milícias Nacionais Bolivarianas, em resposta às “ameaças renovadas” da Casa Branca, com o objetivo de reforçar a cobertura militar em todo o território nacional. “Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela. Mísseis e fuzis para a classe operária, para que defenda a nossa pátria!”, disse em pronunciamento.
No último dia 8, em vídeo publicado na plataforma X, Bondi afirmou: “os Departamentos de Justiça e de Estado anunciam uma recompensa histórica de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro. Ele utiliza organizações terroristas estrangeiras para trazer drogas letais e violência ao nosso país”.
No Palácio de Miraflores, o líder Venezuelano também denunciou as operações aéreas e navais de Washington no sul do mar do Caribe e afirmou que a Venezuela está preparada para defender seu território. “Nossos mares, nosso céu e nossas terras, as defendemos nós, as liberamos nós, as vigiamos e as patrulhamos nós. Nenhum império vai tocar o solo sagrado da Venezuela, nem deveria tocar o solo sagrado da América do Sul, nenhum império do mundo”, frisou.
Como explica o Brasil 247, na contramão da imprensa brasileira que usa o termo “milícias” em suas manchetes, sem a devida contextualização, “as Milícias Bolivarianas da Venezuela são um corpo civil armado, criado em 2008 por Hugo Chávez. Elas são formadas por civis voluntários que recebem treinamento militar e são mobilizadas para apoiar as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, especialmente em tarefas de segurança interna e defesa da revolução bolivariana”.
Respaldo dentro e fora do país
Maduro contou que a escalada da pressão norte-americana gerou uma onda de respaldo popular e diplomático em defesa da soberania da Venezuela. “Os primeiros a manifestar solidariedade e apoio a este presidente trabalhador que aqui está foram os militares desta pátria”, destacou.
“Eu agradeço de verdade a reação impressionante que houve nacional e internacionalmente de solidariedade e de apoio (…) Uma manifestação popular, verdadeiramente cheia de esperança, convertendo a indignação em esperança”, disse durante uma reunião de trabalho com governadores e prefeitos do Grande Polo Patriótico Simón Bolívar (GPPSB), realizada no Palácio de Miraflores.
Segundo Maduro, as recentes ameaças não devem ser vistas como uma disputa pessoal. “Não é contra Maduro o ataque, é contra o povo”, destacou, ao ressaltar que a perseguição e o sequestro de migrantes venezuelanos nos Estados Unidos fazem parte da mesma política hostil.
O presidente venezuelano relacionou o ataque ao racismo e à discriminação de Washington contra os povos latino-americanos. Também afirmou que a estratégia norte-americana de sanções, bloqueio econômico e intimidação não conseguiu abalar a unidade nacional, que segue firme na rejeição a qualquer tentativa de golpe ou intervenção.

‘Não é contra Maduro o ataque, é contra o povo’, afirma presidente da Venezuela
Marcelo Camargo / Agência Brasil
“Mais do que 90 por cento dos venezuelanos repudiam qualquer tipo de fórmula fascista, intervencionista e golpista contra o país”, enfatizou. Ele acrescentou que, em contrapartida, “80 por cento das pessoas aprovam o caminho da convivência, da harmonia, da tolerância e do trabalho. São números redondos”.
Ele reiterou que seu governo seguirá comprometido com o legado do chavismo e destacou que o apoio recebido da comunidade internacional é uma demonstração do repúdio à “política de agressão permanente” dos Estados Unidos contra seu país. “A solidariedade com este humilde presidente, primeiro presidente chavista é também a solidariedade com o povo da Venezuela”, declarou.
Com informações do Brasil 247 e TeleSur.























